Um novo estudo realizado por pesquisadores do Hospital Amir-al-Momenin, da Universidade Islâmica Azad, no Irã, comprovou a eficácia da hidroxicloroquina para prevenção da infecção da COVID-19. O estudo já é revisado por pares e foi publicado no periódico científico Social Determinants of Health.
Metodologia
O ensaio clínico randomizado duplo-cego envolveu 1000 participantes com idades entre 18 e 65 anos, sem sintomas suspeitos de COVID-19 no momento da inscrição e sem teste positivo para o vírus. Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: um recebeu comprimidos de hidroxicloroquina, enquanto o outro recebeu placebo. A administração consistiu em 800 mg/dia no primeiro dia, seguidos por 200 mg/dia durante 6 semanas. O acompanhamento foi realizado ao longo de 10 semanas.
Resultados
Dos 871 participantes acompanhados, 97 (11,1%) testaram positivo para SARS-CoV-2.
Risco de infecção:
- No grupo hidroxicloroquina, 36 de 439 pegaram COVID-19
- No grupo placebo, 61 de 432 pegaram COVID-19.
Houve, portanto, uma redução de 41.9% na chance de contrair a doença. Além disso, entre os infectados, duas pessoas no grupo placebo foram hospitalizadas, enquanto ninguém foi hospitalizado no grupo hidroxicloroquina.
Estudo confirmou Harvard
O estudo dos cientistas iranianos confirmou a revisão sistemática com meta análise publicada em agosto de 2022 feita por pesquisadores da Universidade de Harvard, dos EUA.
Uma meta-análise é a junção dos resultados de todas as pesquisas que testam a mesma hipótese. O estudo dos pesquisadores da Harvard avaliou o resultado de sete estudos ‘padrão ouro’ do uso da hidroxicloroquina em profilaxia pré-exposição.
Gráfico do estudo de Harvard
Gráfico de Harvard atualizado com o estudo iraniano
Eficácia pode chegar a 75% acumulando doses, diz estudo anterior
Um estudo publicado em agosto de 2021 analisou a eficácia da hidroxicloroquina em profilaxia pré-exposição baseado em estudos observacionais da Índia. A diferença é que a análise deu destaque para a eficácia após acumularem doses por seis semanas. Chegou em 75%.
Médicos comentam
“O fármaco poderia ter reduzido em cerca de 30% o número de casos no país. Observem que não há heterogeneidade (teste de inconsistência de zero) nem “small trial effect” (ausência de assimetria na Funnel’s plot), confirmando a extrema robustez dos achados. Resumindo: a política matou pessoas. E podemos provar”, afirmou o infectologista Dr Ricardo Zimerman.