Um estudo recente conduzido pelo prestigiado Mahidol Oxford Tropical Medicine Research Unit, patrocinado pela Universidade de Oxford, comprovou a eficácia da hidroxicloroquina na prevenção da COVID-19. A pesquisa foi liderada pelo renomado cientista Nicholas White, o especialista em medicina tropical mais citado no mundo, com um impressionante índice H superior a 200. O estudo é assinado por mais de 80 cientistas e já foi revisado por pares, sendo publicado na PLOS Medicine, um dos periódicos científicos mais prestigiados da área.
O estudo é categorizado como “padrão ouro”: randomizado, duplo-cego e controlado por placebo. Realizado em 26 centros de pesquisa de 11 países, o estudo avaliou a hidroxicloroquina (HCQ) e a cloroquina (CQ) para a profilaxia pré-exposição contra a COVID-19 em um total de 4.652 participantes.
“Cloroquina ou hidroxicloroquina é bem tolerada, segura e proporciona um efeito benéfico moderado na prevenção da COVID-19”, afirmaram os autores.
O que é profilaxia pré-exposição (PrEP)?
A profilaxia pré-exposição é a estratégia de se administrar um medicamento antes do indivíduo ter contato com o vírus, a fim de reduzir a probabilidade do contágio tornar-se um processo infeccioso. Diferente da profilaxia pós-exposição (prevenção), que é usada após o contato com o vírus, ou do tratamento precoce, que visa tratar a doença em seu primeiro estágio.
Resultados
Os resultados mostraram uma redução significativa de COVID-19 confirmada pelo exame de RT-PCR:
- Grupo hidroxicloroquina e cloroquina: 24 de 2.320 foram diagnosticados com COVID-19.
- Grupo placebo: 56 de 2.332 foram diagnosticados com COVID-19.
Houve, portanto, uma redução de 56,9% no grupo que fez a profilaxia.
Mais resultados:
- A redução no número médio de dias de trabalho perdidos foi de 23,5% no grupo que recebeu HCQ/CQ em comparação ao grupo placebo.
- A redução nas doenças respiratórias de todas as causas foi de 39,4% no grupo que recebeu HCQ/CQ em comparação ao grupo placebo.
- Houve redução de 15,1% no grupo que recebeu HCQ/CQ em comparação ao grupo placebo no resultado primário: soroconversão.
Estudo de Oxford confirmou estudo de Harvard
Os resultados do estudo de Oxford corroboram uma meta-análise publicada em agosto de 2022 por pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Essa revisão sistemática avaliou sete ensaios clínicos randomizados, todos “padrão ouro”, que analisaram o uso da HCQ na profilaxia pré-exposição de COVID-19. Em todos os estudos, os participantes que tomaram HCQ apresentaram menor probabilidade de desenvolver a infecção em comparação aos que receberam placebo.
Além da meta-análise, em janeiro deste ano, foi publicado outro estudo, do Irã, também focado na profilaxia pré-exposição, que demonstrou uma redução de 41,9% no risco de contrair a COVID-19 para aqueles que tomaram a HCQ em vez do placebo.
Ou seja, já havia uma meta-análise estatisticamente significativa de profilaxia com HCQ e ela foi, posteriormente, confirmada com mais dois estudos “padrão ouro”.
A discussão no estudo de Oxford
No próprio estudo, os pesquisadores de Oxford fizeram comentários pertinentes sobre como a política atrapalhou a resposta à pandemia. “Após alegações iniciais de benefício, seu uso rapidamente se tornou politizado e controverso. Este ambiente inútil foi agravado em maio de 2020 por uma alegação falsa proveniente de toxicidade cardiovascular letal”.
Os autores também comentaram sobre as “confusões” entre tratamentos de hospitalizados com outros usos: “Embora tenha ficado claro que os antivirais são mais eficazes no início da COVID-19, quando as cargas virais são mais altas, enquanto os medicamentos anti-inflamatórios são benéficos na doença tardia (pacientes hospitalizados), os resultados negativos dos grandes ECRs na COVID-19 grave foram extrapolados para indicar uma falta de eficácia da HCQ em todos os estágios da infecção por COVID-19”.
Os autores lamentaram a sabotagem ao medicamento. “Poderiam ter sido implantados com benefícios antes e podem ter valor em futuras pandemias”.
Comentários MPV (Médicos pela Vida):
Por que levaram 820 dias após a conclusão do estudo para publicar os resultados? A quem interessou essa demora? É inconcebível que a redução de 57% de RT-PCR+ não tenha sido divulgada logo após a conclusão do estudo. Mais críticas podem ser lidas aqui.
“COVID-19 sintomática” significa COVID-19. “COVID-19 assintomática” significa teste de RT-PCR+ em pessoa saudável, ou seja, a pessoa pode estar contaminada, mas não está doente.
Aos checadores de fatos
1 – A Universidade de Oxford está entre as 5 primeiras em qualquer ranking sério. Como continuar falando que não há eficácia?
2 – Este estudo, de Oxford, confirma a meta-análise de Harvard, dos EUA. Harvard, em qualquer ranking sério de universidades do mundo, também está entre as 5 melhores.
3 – O estudo de Harvard já era uma meta-análise. Meta-análises estão no topo da MBE (Medicina Baseada em Evidências). E mais dois estudos “padrão ouro”, confirmaram a meta-análise.
4 – O líder desse estudo de Oxford é Nicholas White. Ele possui um H-index acima de 200. É o maior especialista do mundo em doenças tropicais.
5 – Hidroxicloroquina contra a COVID-19 possui mais evidências científicas do que 89% dos tratamentos “aceitos” da cardiologia.
6 – Nunca foi necessário esperar uma comprovação científica nível meta-análise para que fosse recomendado um medicamento seguro reposicionado, principalmente durante uma pandemia de uma doença letal. Estudos observacionais mostraram eficácia desde o começo da pandemia e, historicamente, eles sempre foram o suficiente porque trazem resultados semelhantes. Não era necessário esperar.
7 – A literatura científica, antes da pandemia, dizia exatamente que, em uma pandemia, jamais deveriam esperar estudos RCT “padrão ouro”, para termos recomendações. Qual foi o objetivo da campanha de difamação em todos que recomendaram tratamentos com hidroxicloroquina? Por que impediram que os doentes procurassem atendimento e tratamento médico logo aos primeiros sintomas?
8 – A verdadeira história da pandemia é uma história excessivamente feia. Sim, sempre houve tratamento. Sim, sempre foi eficaz. Havia evidências científicas desde os primeiros estudos observacionais.