Em documento publicado em 22 de dezembro no site do Departamento de Saúde e Assistência Social, órgão do governo Britânico, estão informadas as decisões tomadas sobre a vacinação contra a Covid em crianças de 5 e 11 anos. O aconselhamento, acatado pelo governo, foi feito pelo Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização (JCVI – The Joint Committee on Vaccination and Immunisation), que envolve diversos pesquisadores e professores de importantes universidades, como a de Oxford, de Bristol, de Warwick e do Imperial College London, entre outras entidades de renome britânicas.
A decisão dos cientistas analisou os riscos, os benefícios e decidiu contra a inoculação em massa, restringindo a vacinação em duas condições: crianças que fazem parte do grupo clínico de risco ou que possuem contatos domiciliares com indivíduos imunossuprimidos.
“No momento atual, o JCVI considera que o balanço de potenciais benefícios e malefícios é a favor de oferecer a vacinação para crianças de 5 a 11 anos que estão em grupo clínico de risco” afirma o site do governo sobre a primeira exceção.
Sobre o segundo caso, justificaram: “Entendendo-se que a principal indicação da vacinação é aumentar indiretamente a proteção da pessoa imunossuprimida”.
Para as decisões, os cientistas levaram em conta uma análise de risco-benefício realizada pela Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido ( UKHSA), além de estatísticas sobre a incidência e gravidade de eventos adversos suspeitos após a vacinação, incluindo dados disponíveis sobre o risco de miocardite após a vacinação.
Consentimento informado
Pais ou responsáveis precisam consentir e assinar: “Em todos os casos, a oferta de vacinação deve ser acompanhada de informações apropriadas para permitir que as crianças, e aqueles com responsabilidade parental, forneçam consentimento informado antes da vacinação. UKHSA produz folhetos para crianças e pais sobre vacinas COVID-19, incluindo informações sobre o risco de miocardite”.
“As equipes responsáveis pela implementação e implantação da vacinação contra COVID-19 para pessoas de 5 a 11 anos devem estar adequadamente treinadas e seguras quanto às informações relevantes para a vacinação dessas pessoas”, afirma o documento.
No Brasil, professor da UFRJ chega aos mesmos argumentos
Segundo o professor Edimilson Migowski, doutor e professor de infectologia pediátrica na Faculdade de Medicina da UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro, vacinar quem não é do grupo de risco é errado. “Sempre indicamos a vacina contra febre amarela para população de risco, e assim por diante”, afirmou.
“Encobrir os problemas evidentes que as vacinas contra a COVID-19 possuem é colocar no mesmo cesto todas as vacinas, incluindo as comprovadamente seguras e eficazes. Precisamos separar o joio do trigo ou sucumbiremos frente aos fatos e dados. Nada mais desigual que tratar com igualdade vacinas desiguais”, complementou Migowski.
Fonte
JCVI statement on COVID-19 vaccination of children and young people: 22 December 2021