Um estudo recém publicado da Coréia do Sul, com mais de 5.7 milhões indivíduos, detectou um aumento significativo no risco de distúrbios de queda de cabelo em vacinados contra a COVID-19, incluindo perda completa de cabelo (alopecia totalis), perda de cabelo autoimune irregular (alopecia areata) e queda excessiva (eflúvio telógeno). Em não vacinados, infectados, não houve aumento.
A pesquisa tinha o objetivo de investigar os riscos associados ao desenvolvimento de distúrbios de queda de cabelo em pacientes com COVID-19 e indivíduos vacinados contra COVID-19.
“Embora a infecção por COVID-19 não tenha aumentado significativamente o risco de alopecia, sua vacinação foi associada a um aumento significativo”, escreveram os cientistas no estudo.
“Em conclusão, indivíduos vacinados apresentam maior risco de desenvolver alopecia do que indivíduos não vacinados”.
Dados e métodos
O estudo, de base populacional e abrangência nacional incluiu pacientes diagnosticados com COVID-19 e indivíduos saudáveis sem histórico de infecção por COVID-19, registrados no banco de dados do Serviço Nacional de Seguro de Saúde (NHIS) da Coreia, entre 1º de janeiro de 2021 e 31 de dezembro de 2021. Os bancos de dados de infecção por COVID-19 e de vacinas foram integrados usando esse banco de dados do NHIS. As razões de chance de distúrbios de queda de cabelo foram comparadas usando modelos de regressão logística multivariada.
Resultados
- Alopecia totalis ( perda completa de cabelo ): aumento de 26,6% nas chances.
- Alopecia areata ( perda de cabelo autoimune irregular ): aumento de 24,3% nas chances.
- Eflúvio telógeno ( queda de cabelo ): aumento de 49,5% nas chances.
Hipóteses mecanicistas
- Gatilhos autoimunes de respostas imunes à proteína spike.
- Mimetismo molecular entre a proteína spike e os componentes do folículo capilar humano.
- Respostas sistêmicas de estresse inflamatório e imunológico como possíveis gatilhos para eflúvio telógeno.
De onde veio o estudo
O estudo foi liderado pelo cientista Youngjoo Cho, da Konkuk University, de Seol. Já foi revisado por pares e publicado no prestigiado periódico médico Annals of Dermatology.