Escrito originalmente em inglês para o France Soir

O evento mais importante da história da humanidade, que moldou o mundo como ele é hoje, foi a Segunda Guerra Mundial. É um assunto abordado, até hoje, em um número imenso de livros, documentários, peças de teatro e filmes. Cada escritor, diretor e roteirista conta um pedaço da história. Cada um com sua ótica e abordagem.

Eu, pessoalmente, já contribuí com essa cultura quando escrevi e dirigi um curta-metragem ambientado na época. Contei a história de uma criança apaixonada por aviões que conhece um aviador. No filme, expliquei um pouco de como era o clima do Brasil prestes a entrar na guerra. Por fim, homenageei os pilotos brasileiros que foram lutar, em 1944, contra os fascistas na Europa.

Entendo que muita gente produz sobre o assunto — e muita gente se interessa em ler ou assistir — porque todos tentam desvendar como o mundo entrou naquela ebulição que causou, segundo os melhores cálculos, mais de 70 milhões de mortos. Além disso, estudar a história possui um objetivo nobre: entender os erros do passado para que não se repitam no futuro. “Os historiadores são os memorialistas profissionais do que seus colegas-cidadãos desejam esquecer”, dizia o intelectual Eric Hobsbawm.

São emocionantes as obras que contam as histórias das pessoas que lutaram na guerra, o foco da maioria dos livros e filmes. No entanto, para mim, o mais fascinante sempre foi a busca para entender como pensavam e quais eram as motivações de cada uma das pessoas envolvidas no conflito.

Com tantas obras, foi possível compreender o que pensavam e como agiam pessoas de todos os níveis, de diversos países envolvidos, desde líderes importantes como Winston Churchill, um dos principais do conflito, até sentir a angústia de uma criança soviética fugindo da morte, como a retratada no tenso filme “Vá e veja”, obra essencial de Elem Klimov.

Entretanto, mesmo estudando e assistindo tudo que é possível, para mim, um único personagem sempre permaneceu como um grande mistério: é o “bom alemão”. Era o cidadão normal da Alemanha, não radical, mas que não reagiu quando o holocausto ocorreu. Ele fez parte de uma sociedade que aceitou a eliminação de 6 milhões de judeus com uma normalidade aterrorizante.

Não foram 5 ou 10 mil pessoas. Foram seis milhões. De dentro da Alemanha, a população judaica era relevante: 566 mil cidadãos. Portanto, praticamente todo alemão tinha contato com alguma família de judeus. Era uma sociedade que vivia em razoável harmonia. Alemães comuns frequentavam negócios de judeus. Alemães tinham funcionários judeus. Seus filhos conviviam nas mesmas escolas. Todos frequentavam os mesmos clubes, os mesmos restaurantes e praticavam esportes juntos. As amizades eram comuns e naturais.

Menos de dez anos depois, como você, um cidadão comum, aceita que uma família de vizinhos seja removida em trens para campos de concentração? Como você aceita que o negócio do seu amigo judeu no bairro seja fechado, com os donos removidos da sociedade, sem nenhum protesto?

Discurso de ódio, o livro “Mein Kampf”, difamação, repressão, ditadura, censura e as propagandas massivas de Goebbels, por mais diabolicamente geniais que tenham sido, no meu entender, jamais foram o suficiente para explicar o desprezo de quase a totalidade de uma sociedade pelas vidas de outros seres humanos.

Para que algo nessas proporções ocorra não basta que haja apenas uma ditadura. É necessário um estado totalitário onde a população esteja em sintonia com o governo ditador. Precisa de um povo que colabore denunciando, ajudando e não se importando com o mal na sua frente. Para isso, a população precisa entender o contrário: que o mal é bom.

Agora, ao estudar a história de pandemias anteriores, descobri algumas pistas para tentar resolver o mistério. Ficou um pouco mais claro quando li um artigo científico que analisa a pandemia de tifo dentro do Gueto de Varsóvia. Eu nunca tinha lido nada do conflito sob este ponto de vista.

Publicado em 2020, já durante a pandemia de COVID-19, o estudo se propõe a explicar como a doença, que matava entre 10 e 40% dos infectados, foi controlada no gueto. O bairro, cercado por muros, abrigou 400 mil pessoas em um espaço pequeno, densamente povoado, em 1940.

O artigo “Redução extraordinária da epidemia maciça de tifo no Gueto de Varsóvia“, publicado no periódico Science Advances, foi feito por pesquisadores australianos da RMIT University Melbourne.

O estudo é interessante e põe foco exclusivo nas ações internas, desde distanciamento social até pentes usados para combater os piolhos. Não se propõe a analisar o cidadão comum da Alemanha no contexto histórico. No entanto, os cientistas australianos, na introdução, trazem informações pouco conhecidas, da perspectiva externa, de fora do gueto, durante o período.

Segundo os nazistas, o Gueto de Varsóvia era um Seuchensperrgebiet (lockdown) para conter a epidemia de tifo

Seuchensperrgebiet ou área fechada por causa de doenças. (foto wikimedia)

Devido a perdas de soldados por tifo na Primeira Guerra Mundial, a Alemanha, nas décadas de 30 e 40, tinha grande preocupação com a saúde pública. Eles cultuavam uma obsessão por doenças infecciosas. “Havia um medo fanático de que o tifo se espalhasse para o povo alemão e seu exército”, explicaram os cientistas australianos.

Ao mesmo tempo, os cientistas chegaram ao consenso científico que os judeus eram os portadores da doença. Portanto, para proteger a população da pandemia, foi construído, como um esforço de saúde pública, um muro para separar os causadores do tifo. Tinha 3 metros de altura e 18 km de comprimento. Era o “muro epidêmico”. Deste modo, os judeus de Varsóvia, cerca de um terço de toda a população da cidade, foram confinados no bairro. Em toda a Polônia, o total de judeus era de 3,4 milhões.

Quando os casos de tifo aumentaram no gueto, como era de se esperar, devido à aglomeração de pessoas em um pequeno espaço, o médico Jost Walbaum, autoridade máxima de saúde, reforçou o consenso científico já estabelecido: “Os judeus são predominantemente os portadores e disseminadores da infecção pelo tifo”.

Logo ele resolveu não poupar esforços para controlar a pandemia. “Temos uma e apenas uma responsabilidade, que o povo alemão não esteja infectado e ameaçado por esses parasitas. Para isso, qualquer meio deve ser correto”, acrescentou Dr Jost, sendo aplaudido por cerca de 100 pessoas, a maioria médicos.

Na sequência, Hans Frank, uma das mais altas autoridades do Governo Geral, seguindo a ciência, afirmou que o assassinato de 3 milhões de judeus na Polônia “era inevitável por questões de saúde pública”.

Ou seja, esta abordagem nos conta que quando há censura, propaganda, e autoridades públicas de saúde tomando atitudes baseadas em consenso científico, a população, com medo de uma doença, aprova até um holocausto.

Mas quando eu li este artigo em 2020, quando foi publicado, o mistério sobre “bom alemão” permaneceu. Afinal, começou de um pressuposto errado: que o povo alemão, tradicionalmente bem educado, era estúpido o suficiente para acreditar na mentira grosseira que os judeus eram os culpados pela pandemia de tifo.

Assim tornou-se mais uma hipótese entre diversas. Concluí ser um mistério sem solução, e que apenas vivendo aquela sociedade, naquela época, algo impossível de acontecer, eu poderia entender como eles aceitaram tudo passivamente.

Os consensos de cada época

As vacinas contra a COVID-19 até hoje não reduzem a transmissão. Não esterilizam o vírus. Isso já está definido pela ciência em diversos estudos. Não reduz as ondas em países. Não reduz a contaminação dentro de casa. Talvez esteja até piorando a contaminação. E talvez aumente a possibilidade de pegar a nova variante, a omicron. Recentemente, por exemplo, Israel, um dos países mais vacinados, único no planeta com a quarta dose, bateu o recorde de casos por milhão do mundo, e viu o número de mortes subir muito.

Ou seja, a ciência já definiu que essas vacinas não são um pacto social. Você toma para você, pensando na sua doença, caso você seja infectado, e não para ajudar a sociedade no combate à pandemia. As vacinas não param as infecções e não param a transmissão.

Entretanto, na televisão, a mensagem é outra. “A vacina protege tanto vocês, quanto as pessoas ao redor de vocês”, afirmou o epidemiologista Pedro Hallal na TV Globo, a maior do Brasil, em uma reportagem recente. Ele apenas repetia um consenso pseudocientífico criado por autoridades e repetido massivamente como as propagandas de Goebbels.

Ao dizer que as vacinas protegem as pessoas “ao redor”, uma afirmação tão mentirosa quanto de que os judeus eram os disseminadores do tifo, aponta-se quem são os culpados pela COVID-19: os que decidiram não receber a vacina.

Ao mesmo tempo, tomar a decisão de aceitar as vacinas para fugir da pressão, como não perder o emprego ou poder ir em um hospital, não é algo simples. No estudo da Pfizer, dos resultados de seis meses, publicado na NEJM, morreu mais gente por todas as causas no grupo vacina que no grupo placebo. Foram 15 contra 14. Na sequência, ao atualizarem esse número na FDA, o cenário ficou ainda pior para os vacinados: 21 a 17. Aliás, os números assustadores do VAERS, o sistema de notificação de efeitos colaterais, parecem confirmar na vida real o risco detectado no estudo “padrão ouro”. E ninguém sabe exatamente o quanto há de subnotificação no VAERS, apenas sabe-se que há.

Além desses números desanimadores, logo após início da comercialização e aplicação na população, uma reportagem da BMJ, uma das mais respeitadas revistas científicas do mundo, apontou que houve fraude no estudo. Na sequência, a reportagem, sofreu censura, como as que ocorriam na época dos nazistas. E depois ficamos sabendo que a Pfizer, junto com a FDA, pediu 55 anos para liberar os dados de segurança, despertando mais desconfiança sobre a confiabilidade do produto.

ninguém do FDA quer debater os dados de segurança, de jeito nenhum. Todos que falam algo fora do consenso dos burocratas são acusados, demitidos, perseguidos, ofendidos e censurados. No estudo da Moderna, as bizarrices são parecidas. E coisas estranhas acontecem com os contratos, como no caso da Astrazeneca com o Brasil, onde querem construir um cofre para esconder o acordo secreto, alegando segurança institucional.

Isso porque já sabíamos que 50% da FDA é financiada pelas indústrias farmacêuticas. Já sabíamos também que a Pfizer pagou a maior multa da história por “marketing fraudulento” e já sabíamos que a FDA, que aprovou a vacina, não é digna de confiança, porque, entre outras coisas,  já ocultou fraudes em estudos científicos. Além de tudo isso, a FDA possui o poder de controle sobre a imprensa. Ou seja, as empresas mandam na imprensa. E A OMS? A mesma coisa, afinal, 50% de sua renda vem das indústrias.

Portanto, as vacinas não interrompem o ciclo e é no mínimo compreensível, diante de todos esses fatos e dados, alguém se recusar a ir em um posto de saúde para tomar uma simples picadinha de uma agulha, mesmo sendo oferecido gratuitamente.

Fica mais compreensível ainda se a pessoa escolher outra opção caso seja infectado pelo vírus. Principalmente se for alguém que está atento aos resultados de tratamentos com medicamentos seguros, baratos, genéricos e sem patentes, como os números apresentados pelo Dr George Fareed e Dr Brian Tyson, com 3,962 pacientes COVID tratados precocemente e zero óbitos.

Ou se a pessoa está atenta a lugares que usam tratamentos em seus protocolos oficiais, como Uttar Pradesh, na Índia ou Chiapas, no México, dois exemplos, entre diversos, que dominaram a pandemia de COVID-19.

E finalmente entendi o “bom alemão”

Com o consenso pseudocientífico de que as vacinas protegem as pessoas “ao redor” massivamente disseminado, ao ler uma notícia, finalmente entendi o “bom alemão”.

Eu precisava de algo que vivenciasse o clima daquela época para entendê-lo.

“Hospitais em vários países se recusaram a tratar um menino de 3 anos com um problema cardíaco grave porque seus pais não foram vacinados contra o COVID-19”, diz a notícia publicada na NewsWeek.

É um menino do Chipre. Ele tentou ir para a Alemanha para fazer uma cirurgia. “No último minuto, o hospital de Frankfurt disse às autoridades em Chipre que a cirurgia não aconteceria. O hospital teria citado a falta de uma vacina COVID-19 dos pais como o motivo”, informa a notícia.

“As autoridades cipriotas alegadamente sugeriram outro acompanhante com o menino para a Alemanha, mas não conseguiram persuadir o hospital”, informa a reportagem.

Com a recusa da Alemanha, tentaram no Reino Unido, o país que foi uma base da luta contra o fascismo. Também foi negado. Posteriormente tentaram Israel, país formado pelo povo que sofreu o holocausto, mas também foi recusado.

A criança não estava infectada. Os pais não estavam infectados. E mesmo com vacinas que não reduzem a transmissão, decidiram que os pais são os culpados pela pandemia e passaram uma mensagem: que o filho deles merece morrer por causa disso.

Qual a diferença entre os profissionais de saúde de todos esses hospitais e os médicos que aplaudiram o Dr Jost Walbaum? Qual a diferença entre eles e os que viam os trens cheios de crianças indo para Auschwitz e não se importavam? Nenhuma. Eles me fizeram entender o “bom alemão”. Um desprezo pela vida dos outros.

“Os destinatários são fortemente examinados para se qualificarem para um transplante difícil de encontrar por corações ou quaisquer outros órgãos. Tem que ir para o paciente com maior probabilidade de sobreviver”, comentou um “bom alemão” anônimo na notícia, comportando-se como as pessoas que tinham medo das crianças esfomeadas no gueto de Varsóvia.

Uma criança magra mendigando na calçada do gueto, no verão de 1941. Foto Georg, Willy ( Imperial War Museums)

“Ignore as regras, se envolva em comportamentos de alto risco e seja expulso da lista de transplantes. As mesmas regras que sempre estiveram em vigor”, comentou na notícia um norte americano que aprecia regras sendo cumpridas.

Em uma outra notícia, um hospital dos EUA negou transplante de coração a paciente não vacinado, condenando-o à morte. “DJ Ferguson, de 31 anos, precisa urgentemente de um novo coração, mas o Brigham and Women’s Hospital, em Boston, o tirou da lista de transplantes”, disse seu pai, David.

Ferguson não é uma pessoa infectada pelo vírus, mas apenas uma pessoa que não tomou uma vacina que não o impede de ser infectado nem de transmitir o vírus. “Eu sou favorável sem dúvidas, vai colocar o cara no hospital, salvar uma vida podendo contaminar vários membros da equipe médica e enfermagem?”, questionou Thiago, um usuário do Facebook. “Radicalismo é você negar a ciência”, comentou Cleber, do Rio de Janeiro, na postagem.

Ou seja, o “bom alemão” era um sujeito que acreditava estar “seguindo a ciência”. Eu não achei nenhum registro dos alemães que se opuseram a esse medo criado contra judeus. Mas acredito que provavelmente, quando alguém se opôs, foi acusado de ser “negacionista da ciência”.

Não importa que hoje tenhamos 10 bilhões de doses aplicadas e todas as pessoas razoavelmente bem informadas conhecem ou já ouviram falar de alguém que mesmo vacinado contraiu a COVID. As pessoas acreditam nas autoridades que auto intitulam porta-vozes da ciência, não na ciência em si.

Por medo, o principal acordo ético da história foi revogado

Réus durante uma sessão do julgamento dos médicos em Nuremberg. Crédito: United States Holocaust Memorial Museum

Logo após a segunda guerra mundial houve uma série de 12 julgamentos em Nuremberg. Tinha o objetivo de condenar os criminosos de guerra nazistas capturados. O primeiro deles, o mais importante, ocorreu entre 9 de dezembro de 1946 e 20 de agosto de 1947. Foi contra os médicos e cientistas mentirosos.

A acusação contra eles foi de conspiração para cometer crimes de guerra, crimes contra a humanidade e realização de experimentos médicos sem o consentimento dos participantes, como os ocorridos nos campos de concentração e nas zonas ocupadas. Dos 23 réus, sete foram absolvidos e sete receberam sentenças de morte. O restante recebeu sentenças de prisão que variaram de 10 anos a prisão perpétua.

Deste julgamento saiu o acordo ético mais importante da história: o código de Nuremberg. Possuía o objetivo de impedir que os absurdos nazistas voltassem a se repetir. O primeiro item do código, o mais essencial de todos, define: “O consentimento voluntário do sujeito humano é absolutamente essencial”.

Foi explicado em detalhes, para que não reste nenhuma dúvida: “Isto significa que a pessoa envolvida deve ter capacidade legal para dar consentimento; deve estar situada de tal forma que possa exercer o livre poder de escolha, sem a intervenção de qualquer elemento de força, fraude, engano, coação, alcance excessivo, ou outra forma indireta de restrição ou coerção”.

Hoje, as vacinas Covid são experimentais. Os próprios registros dos estudos nos sites oficiais deixam tudo documentado, para que não reste nenhuma dúvida: o estudo da Pfizer termina em 2 de Maio de 2023. O da Moderna em 27 de outubro de 2022, o da Janssen em 2 de Janeiro de 2023 e o da Astrazeneca em 14 de Fevereiro de 2023. Todas essas datas são no futuro.

A verdade é extremamente simples e não há questão em aberto: é impossível saber o efeito de longo prazo. Está sendo usada massivamente há pouco mais de um ano. A quantidade de doses, por exemplo, ainda não foi definida. Os efeitos a longo prazo das vacinas são incertos. Podem, e assim esperamos, que não façam mal algum. Mas apenas um viajante do tempo pode afirmar que são seguras.

Ao mesmo tempo, governantes de diversos lugares, ouvindo a mentira grotesca de que as vacinas protegem as pessoas “ao redor”, decidiram implantar os inúteis passaportes sanitários, coagindo e forçando as pessoas a participarem de experimentos médicos. Ou seja, por medo da doença, eles revogaram o principal acordo de direitos humanos da história da humanidade. Nenhuma surpresa para um mundo que acha normal três países recusarem uma cirurgia cardíaca para uma criança.

A Áustria, o primeiro país a aderir, com facilidade, ao Terceiro Reich, contrata agentes para perseguirem os que não querem participar do experimento médico. Os austríacos que não forem vacinados enfrentam multas de até 3600 euros por descumprimento, podendo ir para prisão se houver recusa de pagar, relata o site suíço Blick. Além disso, as autoridades de saúde austríacas chegaram a colocar em prisão domiciliar todos os não vacinados.

Já a Austrália foi mais longe. Com medo dos não vacinados, criou sua própria versão do Gueto de Varsóvia. Fica nos territórios do norte. É altamente vigiado e a polícia caça os fugitivos. “A polícia australiana prendeu três pessoas que fugiram de um complexo de quarentena de Covid no meio da noite”, informa uma notícia da BBC.

Eles não tinham o vírus. “Os policiais os encontraram após uma caçada na quarta-feira. Todos haviam testado negativo para Covid no dia anterior”, diz a notícia.

E a ideia Australiana de reviver o Gueto de Varsóvia inspirou médicos de outros lugares a dizerem frases dignas do Dr Jost Walbaum. “Se eu tivesse a oportunidade e a autoridade faria o meu melhor para criar campos de concentração para os não vacinados”, afirmou o diretor médico dos hospitais Villa Sofia – Cervello, em Palermo, cidade que no passado demonstrou apreço por Mussolini.

O gueto australiano. Foto do Google Maps.

Além disso, hoje é possível entender como o autoritarismo é implantado com apoio de uma população amedrontada e de uma imprensa que se recusa a fazer seu trabalho. Em um programa na televisão do Brasil, uma repórter com medo dos não vacinados perguntou as implicações para os pais que se recusam a vacinar seus filhos. Uma autoridade pública explicou que os pais podem sofrer multas e até ter as crianças tomadas pelo estado.

Na sequência a repórter questionou se as pessoas comuns devem denunciar os pais para as autoridades. “Deve denunciar”, respondeu o juiz de direito. “Como era feito com alemães que escondiam judeus no porão”, comentou a jornalista Paula Schimitt.

No Canadá, o país que já pediu para seus cidadãos denunciarem as pessoas que criticam as decisões de saúde do governo, a juíza Cathaline Heinrichs proibiu que um pai compartilhe com seu filho postagem de mídia social relacionada ao COVID-19. E foi mais longe: proibiu o pai de discutir a vacinação contra a COVID-19 com seu filho de 11 anos ou fornecer à criança “outras informações sobre a vacina ou a doença”, como a notícia de fraudes do estudo da Pfizer publicadas na BMJ.

“O medo corrompe as maiores certezas”, comentou comigo um amigo médico, professor de medicina, que tratou 750 pacientes COVID com apenas um óbito, justo uma pessoa que não fez todo o tratamento. Ele pediu anonimato para não sofrer perseguições, ofensas ou difamações.

“A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”, afirmou certa vez Karl Marx.

Resistência

Em 1941, durante a ocupação nazista na França, nasceu o jornal clandestino Défense de la France — France Soir. Era o jornal da resistência francesa. Eles denunciavam o governo fascista de ocupação, violações de direitos humanos e a falsa ciência dos nazistas. Eram acusados de produzirem desinformação. Driblando a censura, de modo heróico, em 1944, chegaram a distribuir 450 mil cópias diárias. Além das notícias, eles produziam, em suas gráficas, passaportes para perseguidos judeus.

Com altos e baixos, a France Soir sobrevive até hoje. Agora, durante a pandemia, tem denunciado falsa ciência, violações de direitos humanos, regras fascistas e teve suas entrevistas com Luc Montagnier, Nobel de Medicina, censuradas no youtube. O jornal foi acusado novamente de publicar desinformação e estão lutando contra passaportes totalitários. É o único jornal com história que preserva coragem para fazer tudo isso. “Temos o mesmo espírito de resistência”, me disse Xavier Azalbert, diretor de publicações do jornal. É o lugar mais bacana do mundo onde me convidam para subir em um banquinho e xingar nazistas. É a tradição do jornal.

Aviso

Estou com os ouvidos prontos para ouvir ofensas por ter escrito este artigo. Aceito todas, desde que a pessoa que deseja me ofender, primeiramente, diga que concorda com a criança do Chipre não ter sua emergência cardiológica atendida.

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