O Dr Flavio Cadegiani foi o principal responsável pela teoria antiandrogênica no combate a COVID-19. Ele, junto com outros cientistas, como Ricardo Zimermann, entre outros, produziram, no estado do Amazonas, entre 01 de fevereiro e 5 de abril de 2021, um estudo com a proxalutamida, um medicamento desta linha, no combate à pandemia.
A mortalidade entre hospitalizados com a doença no estado, durante a variante P1, a mais fatal de todo o mundo, durante o mesmo período do estudo com a proxalutamida, era de 60.9% para mulheres e 59.7% para homens. Isso é confirmado em um estudo revisado por pares e publicado no periódico científico Lancet. “The emergence of novel SARS-CoV-2 variant P.1 in Amazonas (Brazil) was temporally associated with a change in the age and sex profile of COVID-19 mortality: A population based ecological study“.
Padrão ouro
Foram recrutados 645 pacientes hospitalizados em diversos hospitais do estado. Eles foram randomizados para uma parte receber proxalutamida e outra receber placebo. Foi um estudo randomizado “padrão ouro”.
- 317 receberam o tratamento padrão do hospital e os comprimidos de proxalutamida.
- 328 receberam o tratamento padrão mais comprimidos de placebo.
Resultado
No estudo, o resultado para mortalidade por todas as causas em 28 dias foi:
- Dos 317 pacientes do grupo proxalutamida, morreram 35.
- Dos 328 pacientes do grupo placebo, morreram 162.
Mortalidade hospitalar
- No grupo placebo, a mortalidade foi de 49.4%, número condizente com o registrado na Lancet.
- No grupo proxalutamida, a mortalidade hospitalar foi reduzida para 11%.
122 pessoas salvas, um Embraer 195 lotado
Teriam morrido 157 pessoas no grupo proxalutamida se não tivessem sido tratados. Mas morreram apenas 35 neste grupo. Logo, se iam morrer 157, a diferença 157 – 35 são as pessoas salvas pela proxalutamida. Portanto, o total de pessoas salvas foram 122. Apenas durante o estudo.
Um Embraer 195, na configuração mais econômica de classe única, com os acentos com a menor distância, o total de pessoas, incluindo os tripulantes, é de 124 pessoas. É o equivalente a um avião deixar de cair.
Estudo reconhecido internacionalmente
Na Universidade de McMaster, do Canadá, o berço da Medicina Baseada em Evidências, o estudo foi avaliado com uma das notas mais altas entre todos os estudos de medicamentos da COVID. Eles atestaram a alta qualidade do trabalho.
O mesmo ocorreu com a análise do site COVID-NMA, vinculado a Cochrane, da França, que busca analisar evidências científicas de tratamentos. Por lá concluíram existir pouco viés, o que comprova a solidez do trabalho.
Proxalutamida confirmada em estudo nos EUA
Um grupo independente, nos EUA, reproduziu, também com resultados positivos, a eficácia da proxalutamida, seguindo a teoria original proposta por Cadegiani para combater a pandemia. É também um estudo randomizado e duplo cego, o “padrão ouro” dos testes de medicamentos.
Era um estudo em pacientes ambulatoriais. “A proxalutamida demonstra uma redução significativa na taxa de hospitalização/óbito com uma taxa de proteção chegando a 100% para pacientes tratados por mais de sete dias”, diz o relatório preparado pelos cientistas.
Teoria antiandrogênica
Hoje existem 19 estudos com os medicamentos antiandrogênicos no combate à COVID-19. Muitos deles foram com medicamentos genéricos, versões anteriores da família da proxalutamida, como a bicalutamida e dutasterida. Em 18 deles, os resultados foram positivos para quem tomou os medicamentos. Apenas um demonstrou falta de eficácia, mas eram poucos pacientes em cada braço. 18 no grupo tratamento e 22 no grupo sem tratamento. E houve uma morte em cada grupo.
Como esperado, Cadegiani e Zimermann perseguidos
Medicamentos baratos, genéricos e sem patentes como a linha antiandrogênica representam uma ameaça aos lucros de grandes corporações. Com isso, os cientistas que ousam enfrentar esses poderes são penalizados. Quem diz isso é um editorial recente, de março de 2022 do periódico BMJ – British Medical Journal, uma das mais conceituadas publicações científicas do mundo. O título é: “The illusion of evidence based medicine“.
“Os críticos da indústria enfrentam rejeições de periódicos, ameaças legais e a potencial destruição de suas carreiras”, explicaram os autores.
Hoje, 25 de agosto de 2022, os computadores e celulares do Dr Ricardo Zimmermann e Dr Flavio Cadegiani sofreram busca e apreensão, após uma série de reportagens que não se importaram com as vidas salvas, mas apenas entraram em uma histeria coletiva contra qualquer possibilidade de tratamentos. Antes, até a UNESCO foi levada ao engano por essas manchetes da imprensa brasileira, publicando em seu site supostas denúncias contra o estudo, mas posteriormente, depois de entender o imbróglio, retirando sua nota do site oficial.
A perseguição não poupou nem as demais pesquisas. “Tiraram meu único instrumento de trabalho, com inúmeros estudos científicos que estou fazendo parte como autor, revisor ou editor, com prazos, com o mundo dependendo disso”, afirma Cadegiani, agora sem os arquivos. “Por serem sigilosos, não posso ter nada na nuvem.” disse.
“O que mais chamou atenção é que as justificativas para a busca e apreensão são notoriamente falsas, e aparentemente as utilizaram para viabilizarem uma ação em nível federal. Daí eu pergunto: vale tudo por um objetivo?”, questionou.
Fonte: Tabela do estudo da Lancet
Leia o estudo que mostra a alta taxa de mortalidade intra hospitalar na região com a variante P1.
Fonte: estudo revisado e publicado
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