O FDA (Food and Drug Administration), órgão regulador norte-americano, semelhante à ANVISA brasileira, revogou o uso da  vacina vetor viral Janssen contra Covid-19 nos EUA. A publicação foi feita em 22 de maio de 2023 e está visível no site do FDA e no site do CDC (Center for Disease Control and Prevention).

Diferente da imprensa brasileira que não está veiculando a notícia, desde 2021, o El País informa que autoridades americanas e a própria farmacêutica decidiram interromper a vacinação por conta de casos de trombose relacionados ao imunizante.

Nos EUA, ao contrário do Brasil, nunca permitiram o uso de Astrazeneca (também tecnologia vetor viral) e agora revogam o uso de Janssen. Diferente do do mantra “seguro e eficaz” repetido pelos jornais e checadores de fatos, o Ministério da Saúde identificou problemas sim nessa tecnologia, inclusive já emitiu alguns alertas, (a 1a foi a nota técnica 933/21) de como diagnosticar e tratar os efeitos adversos secundários pós-inoculação.

A última atualização foi publicada em  23 de dezembro de 2022, também ignorada pela maioria da mídia brasileira. Essa nota mostra a relação dos inoculantes (Astrazeneca ou Janssen) com trombose. Uma síndrome com trombose e trombocitopenia, e por isso, a nota recomenda o uso da tecnologia vetor viral apenas em pacientes acima de 40 anos, mas apenas em casos onde o acesso dos inoculantes RNA mensageiro não for acessível. 

Muitas pessoas buscaram a Janssen por ser dose única, uma informação vinculada pelos órgãos oficiais e de propaganda durante seu lançamento. Pouco tempo depois, a população foi surpreendida com a necessidade de mais uma dose de reforço. Agora, mais uma surpresa: o silêncio. Nem uma nota sequer sobre a revogação nos EUA.

O grupo Médicos Pela Vida continuará informando a população sobre saúde. E seguiremos fazendo questionamentos: trazer informações como a descontinuidade do uso da Janssen nos EUA, que lamentavelmente a grande mídia brasileira ignora, nos torna “antivacina”, como gostam da alardear?

Tudo isso traz uma reflexão interessante. A de que você pode ser um “antivacina” dependendo da sua nacionalidade. No momento, para um norteamericano, criticar o inoculante da Janssen não se trata mais de ser “antivacina”, mas em ser sensato ao concordar com o governo. Entretanto, sendo um brasileiro o crítico, dizendo que a retirada do produto por lá foi correta, as acusações de ser “antivacina” certamente ocorrerão a essa pessoa, afinal, aqui o produto é indicado. Tudo isso gera a bizzarice de que alguém pode ser considerado “meio antivacina” se tiver dupla nacionalidade. 

Pedimos a boa e velha humildade para trazer de volta o debate científico, saudável e necessário, para o bem e a saúde de toda população.


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