O Estadão publicou, no dia 15, uma suposta “checagem de fatos” atacando o Médicos Pela Vida (MPV), associação médica voltada ao ensino, atualização e divulgação científica para médicos e a população em geral. O título é: “Rede de médicos antivacina que explora ‘síndrome pós-spike’ indica tratamento até para crianças”.
A reportagem em questão aborda diversos temas, desde acusações genéricas e sensacionalistas, como a de difundirmos “discurso antivacina”, até a citação de várias “palavras-gatilho”, como cloroquina, ivermectina, COVID longa, shedding e “spikeopatia”, classificando tudo como “desinformação”. Contraditoriamente, porém, o jornal omite a exposição dos conflitos de interesses financeiros tanto das pessoas entrevistadas quanto do próprio veículo.
Aqui, vamos expor esses conflitos. Além disso, vamos fazer uma comparação de como a imprensa internacional trata dos assuntos e como o Estadão trata, mostrando o contraste para os leitores.
Para isso, vamos separar toda a análise em blocos. Abordaremos todos os assuntos mais importantes, desde evidências científicas até respostas factuais da associação. Por fim, explicaremos como o Estadão trabalha para que o Brasil seja o único país do mundo a obrigar as questionáveis vacinas COVID-19 para crianças, diferentemente da maioria dos países europeus e dos EUA, que nem sequer as recomendam para crianças saudáveis.
Ou seja, explicaremos como o Estadão colabora para o Brasil ser a desova de produtos farmacêuticos rejeitados no mundo todo, gerando demanda para a lucrativa indústria farmacêutica.
Também, em nossa análise, vamos expor a falta de ética jornalística do próprio jornal, que se recusou a responder a uma checagem de fatos nossa, do próprio MPV, quando o Estadão inventou um estudo da hidroxicloroquina para desqualificá-la.
São 19 pontos numerados. Não nos preocupamos com a extensão do texto. Por ironia da realidade, a mentira, a calúnia, a difamação, precisam de poucas palavras. Já a verdade precisa de muitas. E todas as informações por nós apresentadas virão com referências, ou seja, devidamente comprovadas. O que não acontece com esta e outras matérias do Estadão sobre o tema.
1. Spikeopatia
A reportagem inicia assim: “Profissionais ligados à associação Médicos Pela Vida (MPV) atuam em rede nas plataformas digitais para produzir conteúdos sobre a “síndrome pós-spike” ou “spikeopatia”. Trata-se de uma doença sem validação científica que, segundo eles falsamente alegam, seria causada pelas vacinas de mRNA mensageiro, como revelou o Estadão Verifica”.
O termo “spikeopatia” não é novo. Foi proposto em artigo científico feito por cientistas australianos, envolvendo pesquisadores da Universidade de Queensland, da Universidade de Flinders e da Universidade de Melbourne. O artigo científico é revisado por pares e foi publicado no conceituado periódico Biomedicines (2023): “‘Spikeopathy’: COVID-19 Spike Protein Is Pathogenic, from Both Virus and Vaccine mRNA”.
Os autores revisam evidências de que a proteína spike é patogênica por si só, causando inflamação, danos endoteliais e efeitos em órgãos como coração, cérebro e rins, independentemente de vir do vírus ou ser produzida por vacinas genéticas.
Há discussões sobre riscos neurológicos pós-vacina: “Postvaccine “spikeopathy:” what is the long-term neurological risk?” (Indian J Pharmacol, 2025) e persistência da spike no eixo crânio-meninges-cérebro contribuindo para sequelas: “Persistence of spike protein at the skull-meninges-brain axis may contribute to the neurological sequelae of COVID-19”
Além disso, foi detectada, em mais de um estudo, a persistência, por meses, da proteína spike vacinal modificada por engenharia genética.
Embora o conceito seja novo, afinal, a COVID é uma doença recente, ele se baseia em mecanismos moleculares documentados, como biodistribuição ampla da spike e disfunção imunológica. Classificá-lo como “desinformação” ou “sem validação científica” ignora literatura publicada e o debate científico em curso. Ou seja, não mencionar fatos científicos termina sendo uma mentira.
2. “Discurso antivacina”
A reportagem classifica o MPV como uma “entidade que difunde discurso antivacina desde a pandemia de covid-19”.
Nós, do Médicos Pela Vida, publicamos notícias médicas, resultados de estudos científicos e análises críticas de risco-benefício. Não existem “estudos pró-vacina” ou “estudos antivacina”. Existem estudos, dados e interpretações científicas. O que fazemos é exatamente o que a grande imprensa brasileira, incluindo o Estadão, tem se recusado sistematicamente a fazer: debater com transparência os dados disponíveis, especialmente quando eles questionam políticas públicas mal formuladas e coercitivas.
Desde o início da pandemia, o MPV se posicionou firmemente contra medidas autoritárias como os passaportes sanitários (vacinação compulsória para acesso a direitos básicos), defendendo a autonomia médica e o consentimento informado livre e esclarecido. Nosso posicionamento atual é contra a inclusão obrigatória das vacinas COVID-19 no calendário infantil brasileiro, especialmente para crianças saudáveis de 6 meses a 5 anos — política que torna o Brasil uma exceção mundial. Em carta aberta ao ministro Alexandre Padilha, alertamos para os riscos de uma medida sem respaldo no consenso científico internacional.
O prestigioso New York Times publicou crítica semelhante à recomendação universal de vacinas COVID para crianças nos Estados Unidos. O artigo compara os EUA com a Europa e questiona a vacinação universal em crianças de baixo risco. Nós comparamos o Brasil com a. Europa e fizemos o mesmo questionamento. Com a diferença que nos EUA tratava-se apenas de recomendação. Aqui, no Brasil, é obrigação, com implicações legais pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, inclusive retirando os filhos dos pais e colocando-os em abrigos públicos.
Pelo critério do Estadão, portanto, o New York Times também estaria difundindo “discurso antivacina”.
Nossa conclusão? Quem nasceu para ser Estadão, nunca será um New York Times.
O mesmo vale para o Wall Street Journal, que classificou a campanha das vacinas bivalentes como “propaganda enganosa” com base em dados concretos. O estudo da Cleveland Clinic citado pelo WSJ, que mostrou maior risco de infecção por COVID-19 quanto mais doses recebidas, foi exatamente o mesmo que divulgamos em nosso site: “Quanto mais doses você toma, maior sua chance de contrair COVID-19, revela estudo”.
De fato, quem nasceu para trabalhar no Estadão, nunca terá a coragem para trabalhar no Wall Street Journal.
O jornal britânico The Telegraph tem publicado reportagens críticas que a imprensa brasileira evita. Em novembro de 2025, revelou que o governo britânico estaria retendo dados sobre possível ligação entre vacinas COVID e o excesso de mortalidade. O governo alegou que era para evitar “evitar angústia ou raiva”.
Em outra matéria, um estudo revisado por pares indicou que as vacinas salvaram muito menos vidas do que se estimava inicialmente, apenas 12,5% do número anteriormente divulgado pela OMS, que falava em 20 milhões. A reportagem observa que os cálculos iniciais foram “excessivamente otimistas”, ou seja, propaganda enganosa, e conclui que “obrigatoriedades agressivas e o fanatismo por vacinar todos a qualquer custo provavelmente foi uma má ideia”, constatação que o MPV sempre defendeu.
Ou seja, quem nasceu para ser Estadão, nunca será um The Telegraph.
Jornais internacionais de referência continuam promovendo o debate legítimo sobre eficácia, segurança e políticas de vacinação em massa. O Estadão, ao rotular qualquer questionamento como “discurso antivacina”, não apenas ataca o MPV, mas também desqualifica a comunidade médica científica mundial, cujas constatações estão refletidas no trabalho jornalístico de veículos como New York Times, Wall Street Journal e The Telegraph. Desta forma, também desqualificando-os. Ou o Estadão irá dizer que eles “difundem discurso antivacina?”.
Ou seja, os jornais de fora não estão escondendo notícias como o Estadão tem feito reiteradamente, afinal, o Estadão não apenas não está pautando o debate. Está atacando quem está fazendo debate legítimo.
3. Esclarecimento sobre médicos citados
A reportagem do Estadão Verifica destaca que “profissionais como Francisco Cardoso, Roberto Zeballos e Paulo Porto de Melo” estariam “ligados” ao MPV e divulgando informações sobre a “síndrome pós-spike”.
Para ser rigorosamente preciso: os doutores Francisco Cardoso, Roberto Zeballos e Paulo Porto de Melo não são associados formalmente ao Médicos Pela Vida. Não constam como membros filiados à nossa associação.
Dito isso, vamos ao que realmente importa: esses três médicos representam o que há de melhor na medicina brasileira, com trajetórias acadêmicas e clínicas irrepreensíveis. O Dr. Francisco Cardoso é infectologista com larga experiência em UTI e atendimento a casos graves de doenças infecciosas, conselheiro do CFM e perito médico federal, tendo se destacado pela firme defesa da medicina baseada em evidências e da autonomia médica durante toda a pandemia.
O Dr. Roberto Zeballos é imunologista e alergista com mestrado e doutorado em Imunologia pela UNIFESP, trazendo contribuições sobre o que é mais recente em imunologia relacionada à COVID-19 e às vacinas. Já o Dr. Paulo Porto de Melo é neurocirurgião com formação complementar em Harvard Medical School, sendo um dos mais respeitados especialistas em neurologia e neurocirurgia do país, pioneiro em técnicas robóticas no Brasil e chefe de programa de residência médica.
Já os outros médicos citados possuem ligações mais frequentes como o MPV, como a Dra. Valéria Caselli, pediatra com larga experiência na linha de frente, tratando mais de 8 mil pacientes, e a Dra. Raissa Soares, uma médica experiente que atendeu mais de 7000 pacientes na pandemia em Porto Seguro, entre outros.
Sempre que esses profissionais publicam artigos, vídeos ou análises fundamentadas, muitas vezes na vanguarda do conhecimento emergente sobre sequelas pós-COVID, patogenicidade da proteína spike ou avaliação crítica de políticas vacinais, o MPV tem orgulho de repercuti-los em nosso site e redes sociais. Fazemos isso porque nossa missão é informar outros médicos, a população em geral e estimular o debate público com as vozes mais qualificadas disponíveis.
Se o Estadão considera problemático repercutir conteúdo produzido por médicos desse calibre e experiência, então temos conceitos muito diferentes sobre o que significa promover informação médica responsável.
4. Cloroquina, ivermectina
O jornal diz: “Desinformação revive promoção de cloroquina e ivermectina”. E segue: “Os dois medicamentos foram promovidos por grupos antivacina como tratamento contra covid-19 durante a pandemia, apesar de estudos científicos não demonstrarem eficácia”.
Chamar de “desinformação” a discussão sobre esses medicamentos revela, no mínimo, uma visão seletiva ou amadora da ciência. Vamos aos fatos, sem rodeios.
A Universidade de Oxford, a instituição mais bem ranqueada do mundo pelo Times Higher Education por nove anos consecutivos (2025 inclusive) e terceira pelo QS Rankings, publicou em 2024 os resultados do maior estudo de quimioprofilaxia para COVID-19 já realizado: o COPCOV, patrocinado pela própria Oxford e financiado pela Wellcome Trust.
Esse estudo duplo-cego, placebo-controlado, com mais de 4.600 participantes em 11 países, concluiu pela eficácia contra a COVID-19. (Título oficial da notícia no site da Universidade de Oxford: “Hydroxychloroquine provides moderate COVID-19 prevention, large clinical trial shows”).
Duvidar de Oxford? Ou o Estadão simplesmente ignora evidências que não se encaixam na narrativa que ajudou a construir?
Neste estudo de Oxford, além de terem, eles mesmos, realizado um ensaio clínico, juntaram, numa meta-análise, todos os outros estudos da HCQ e CQ em profilaxia pré-exposição, e todos os anteriores também eram positivos. Ou seja, cloroquina e hidroxicloroquina contra a COVID chegaram no nível mais alto de evidência científica, coisa que mais de 89% dos tratamentos cardiológicos de uso rotineiro não possuem. Exatamente por isso não usaram a tradicional linguagem cuidadosa de estudos, como “pode ser eficaz”. Usaram o termo eficácia, sem rodeios.
Ou seja, pela lógica do “estudos científicos não demonstram eficácia”, do Estadão, deveríamos suspender a maioria dos medicamentos cardiológicos padrão, o que, evidentemente, seria um absurdo.
Quanto à ivermectina, uma meta-análise em tempo real atualizada, com dados até dezembro de 2025, analisa especificamente os resultados clínicos da ivermectina. Especificamente em profilaxia com ivermectina são 18 estudos nessa condição. Todos mostrando benefícios (100% positivos), com melhora média de 84% no risco de infecção [75-89% IC], baseada em análise de mais de 19 mil pacientes.
São os dados crus, sem filtro narrativo: unanimidade nos estudos de prevenção. Narrativa não vence dados, especialmente quando o Estadão, durante anos, foi cúmplice ativo da supressão global desses medicamentos, contribuindo para demonizá-los enquanto centenas de evidências científicas emergiam em sentido contrário.
Rotular discussão baseada em meta-análises e estudos de instituições como Oxford como “desinformação” não é jornalismo, é ativismo. O MPV continua defendendo o debate científico aberto, inclusive sobre uso precoce, profilático ou preventivo, sempre com análise risco-benefício individualizada.
Ou o Estadão vai classificar uma meta-análise só de estudos “padrão ouro”, da universidade número um do mundo como insuficiente?
“Não demonstrarem eficácia” é apenas um delírio, ou desejo pessoal, dos jornalistas desinformados. Entretanto, delírios ou desejos não contam para a ciência, como demonstra a Universidade de Oxford.
5. Vaccine shedding (derramamento ou excreção vacinal)
A reportagem segue: “Entre as alegações esdrúxulas está a de que resíduos de vacina seriam ‘transmitidos’ por relações sexuais”.
Chamar de “esdrúxula” a discussão sobre excreção de componentes vacinais (conhecida em inglês como vaccine shedding) ignora evidências científicas publicadas em revistas de alto impacto. Não se trata de transmissão viral clássica (como em vacinas de vírus vivo), mas de excreção não tradicional de proteína spike ou mRNA via exossomos, vesículas extracelulares que circulam e são eliminadas pelo corpo.
Um estudo revisado por pares e publicado em 2023, com origem da Universidade do Colorado, EUA, analisou indivíduos não vacinados que conviviam intimamente com vacinados contra COVID-19. Resultado: muitos desenvolveram anticorpos contra a proteína spike, sugerindo transferência imunológica de antígenos vacinais. Os autores discutem mecanismos como exossomos carregando spike, excretados via respiração, suor ou fluidos corporais, incluindo contato sexual próximo.
Outro exemplo concreto: estudos comprovam excreção de mRNA vacinal no leite materno. Um trabalho publicado na JAMA Pediatrics detectou traços de mRNA das vacinas Pfizer/Moderna no leite de mulheres lactantes até 45 horas após a vacinação. Um estudo posterior na eBioMedicine, The Lancet, 2023, confirmou que o mRNA se distribui sistemicamente e é empacotado em exossomos do leite, prova direta de excreção para o bebê.
Embora as quantidades sejam pequenas e sem tradução proteica comprovada em bebês, isso demonstra que componentes vacinais não ficam “confinados ao local da injeção”, como narrativas oficiais repetiam. O próprio protocolo da Pfizer monitorava “exposição ambiental” (shedding primário/secundário) em ensaios clínicos, por precaução regulatória em terapias gênicas (classificação das vacinas mRNA pela FDA/EMA).
Em português, o termo mais usado é “derramamento vacinal” ou “excreção vacinal” (tradução literal de shedding), às vezes “transmissão de componentes vacinais” ou “shedding de spike via exossomos”.
Além disso, cabe lembrar que o efeito não é novo. Foi estudado agora, das vacinas COVID-19, porque é algo amplamente documentado na literatura científica, como nos casos das vacinas da pólio.
Classificar isso como “alegação esdrúxula” não é checagem de fatos. É negação seletiva de literatura científica publicada. O debate é legítimo, emergente e conectado à “spikeopatia” (persistência e patogenicidade da spike). O MPV defende discussão aberta sobre biodistribuição real das vacinas genéticas, especialmente em contextos íntimos ou familiares, sem alarmismo, mas com base em evidências científicas.
6. Vacinação Covid em crianças
A reportagem segue:
Ao Verifica, o infectologista e pediatra Renato Kfouri, secretário da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), disse que a covid longa pode acometer crianças com sintomas respiratórios, alterações de memória, fadiga ou cansaço, semelhantes aos adultos. Contudo, não há comprovação de que as vacinas causem os mesmos efeitos. “Alguns estudos há muito tempo apontam, inclusive, redução de covid longa em vacinados, em comparação com não vacinados”, ressaltou. “Então, muito pelo contrário, a vacina previne essas condições pós-covid, não as exacerba, não as intensifica.”
Se as vacinas fossem tão decisivas na prevenção de COVID longa em crianças saudáveis, como sugere Kfouri, por que países europeus de referência sequer fazem essa recomendação universal para crianças e jovens? São países displicentes com a saúde de suas crianças?
Alemanha, Reino Unido, Dinamarca, Suécia, apenas para citar alguns exemplos, sequer recomendam para crianças saudáveis. Apenas para as doentes, com comorbidades, após um exame médico rigoroso. Mesmo assim, sem jamais obrigar.
O epidemiologista Vinay Prasad, da University of California San Francisco (UCSF), um dos mais respeitados cientistas do mundo, analisou dados de risco-benefício em jovens e concluiu que, para crianças e adolescentes saudáveis, os riscos superam os benefícios.
Se a vacina “previne” COVID longa de forma tão clara e decisiva, como alega Kfouri, por que o consenso europeu (e nos EUA com recomendações restritas às crianças saudáveis) aponta na direção oposta? O Brasil, mais uma vez, se isola globalmente, obrigando o que o resto do mundo considera opcional ou desnecessário para as crianças saudáveis.
O MPV defende a análise individualizada de risco-benefício, consentimento informado e políticas alinhadas ao consenso científico internacional, não obrigatoriedade para produtos com perfil de segurança e eficácia questionável em baixo risco populacional.
7. Dr. Renato Kfouri possui relações com a big pharma

A reportagem dá amplo espaço ao Dr. Renato Kfouri, secretário da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), para defender a vacinação universal em crianças e negar qualquer relação entre vacinas e efeitos semelhantes à COVID longa.
Entretanto, Kfouri declara, em documento disponibilizado no site do Ministério da Saúde, vínculos pessoais com grandes corporações farmacêuticas. Na lista, entram fabricantes de vacinas como Pfizer, Astrazeneca e o Butantan.
Na mídia, Kfouri defendeu os passaportes sanitários, que serviu para pressionar a população a se vacinar em massa, o que, na prática, impulsionou vendas bilionárias para fabricantes como Pfizer e AstraZeneca.
Por que o Estadão Verifica, ao consultar Kfouri como fonte principal e imparcial, não informou aos leitores sobre esses vínculos e posicionamentos? A omissão de potenciais conflitos de interesses compromete a credibilidade da checagem, especialmente quando o especialista defende políticas que beneficiam diretamente as empresas com as quais sua sociedade mantém relações.
Transparência jornalística exige que o leitor saiba quem financia ou influencia as vozes consultadas. O Estadão falhou mais uma vez.
8. SBIm possui ligações com a big pharma
Kfouri é vice-presidente da SBIm, sociedade consultada frequentemente pelo Estadão como autoridade “independente” em imunizações. No entanto, a SBIm mantém parcerias e apoio financeiro ostensivo e declarado de fabricantes de vacinas, incluindo, por exemplo, Pfizer, visível em campanhas conjuntas, materiais educativos, eventos e publicações.

Um exemplo: no canal do Youtube da SBIm, podemos ver o logo da Pfizer. (Link para o vídeo: 5m24).
Essas relações são públicas e recorrentes, mas nunca mencionadas nas checagens do Estadão que citam a SBIm ou seus representantes.
Quando uma sociedade científica recebe apoio direto de big pharma e seus líderes defendem políticas que beneficiam essas empresas, o leitor merece saber. O Estadão, mais uma vez, escolheu não informar.
9. COVID longa e tratamentos ignorados
“Não há um medicamento que possa modificar o curso da covid longa. Não há complicações da vacina para tratar”, disse Kfouri.
Existem diversos estudos com medicamentos baratos, genéricos, seguros, sem patentes, contra a COVID longa.
Um estudo “padrão ouro” com follow-up de longo prazo (especificamente sobre COVID longa) foi publicado em 2023 no The Lancet Infectious Diseases: “Outpatient treatment of COVID-19 and the incidence of post-COVID-19 condition over 10 months (COVID-OUT)”
Resultados principais sobre COVID longa: metformina, um medicamento barato, genérico, sem patentes, tomada por 14 dias logo após infecção reduziu o risco de COVID longa em cerca de 41% (incidência de 6,3% no grupo metformina vs. 10,4% no placebo, redução absoluta de 4,1%).
A pergunta que o Estadão não fez: por qual motivo Kfouri, que tem ligações com a big pharma, que é vice-presidente de uma associação patrocinada pela big pharma, prefere indicar um produto caro e patenteado (Vacinas COVID, mesmo indo contra o consenso europeu) para combater a Covid longa, um problema real, do que um medicamento seguro e genérico?
Segunda pergunta: por que o Estadão deixa Kfouri dizer que “não há um medicamento que possa modificar o curso da covid longa”, se esse estudo na Lancet é o mais alto nível de ensaio clínico, sendo o “padrão ouro” dos ensaios clínicos? Randomizado, quádruplo cego, controlado por placebo.
Isso reforça o entendimento de que o debate sobre COVID longa é multifatorial, incluindo persistência da proteína spike, e existem opções reais para tratamento.
Uma das funções do MPV é proteger médicos que enfrentam problemas reais em consultórios. Médicos que estão na linha de frente, evitando que sejam seduzidos por discursos alienantes e interessados. Os posicionamentos do MPV sempre são acompanhados de links para artigos científicos, fatos e estatísticas, inclusive das próprias empresas farmacêuticas e das agências governamentais do Brasil e de diversos países do mundo. Já o Estadão e seus interessados especialistas consultados falam de modo genérico, sem apontar suas fontes e evidências científicas: “La garantía soy yo”.
10. Infartos em jovens
A reportagem afirma: “Os profissionais ainda afirmam que os infartos em jovens aumentaram devido às vacinas, mas o crescimento dos casos está ligado a outros fatores de risco. Na realidade, os imunizantes têm um fator protetivo contra danos no coração causados pela covid, como mostrou o Verifica”.
Dados oficiais do SUS (Ministério da Saúde) mostram que o aumento de internações por infarto em jovens é real e anterior à pandemia, mas teve uma aceleração explosiva após 2021, além da linha de tendência, coincidindo com a vacinação em massa de jovens e adultos jovens.

Embora fatores como obesidade, sedentarismo e estresse contribuam, a explosão temporal pós-vacinação em massa levanta questões legítimas, especialmente quando estudos mostram riscos cardíacos associados às vacinas mRNA, como miocardite e pericardite, que podem evoluir para danos permanentes, infartos ou mortes súbitas.
Um estudo recente, publicado agora, em setembro de 2025, envolvendo 1,7 milhão de crianças descobriu que miocardite e pericardite só apareceram em crianças que receberam vacinas de mRNA contra COVID. Nenhuma criança não vacinada do grupo apresentou esses problemas cardíacos.
“Miocardite e pericardite foram documentadas apenas nos grupos vacinados, com taxas de 27 e 10 casos/milhão após a primeira e a segunda doses, respectivamente”, escreveram os cientistas no estudo.
O Verifica alega “fator protetivo”, mas ignora que miocardite vacinal é risco específico das vacinas, predominante em jovens saudáveis, exatamente onde infartos atípicos aumentaram.
O MPV defende investigação imparcial: dados do SUS mostram a tendência; estudos como esse questionam a narrativa “protetiva”. O debate é legítimo, não “desinformação”.
11. Estadão: parceria com agências da big pharma.
Em julho de 2023, o Estadão publicou uma reportagem difamatória contra o MPV – Médicos pela Vida. No fim da página, foi inserida a explicação de quem financiou a reportagem: “Esta reportagem foi produzida com o apoio do programa Disarming Disinformation, do International Center for Journalists (ICFJ), e financiada pelo Instituto Serrapilheira. O Disarming Disinformation é um esforço global de três anos com financiamento principal do Scripps Howard Fund“.

Conforme reportagem de 2021 na Businesswire, a Muck Rack, empresa de relações públicas, fez parceria com a International Center for Journalists (ICFJ). A Muck Rack possui entre seus clientes a Pfizer.
O objetivo das empresas de relações públicas é o de moldar a opinião pública conforme os interesses das corporações dominantes. A Muck Rack explica sua missão: “permitir que as equipes de relações públicas trabalhem juntas para encontrar os jornalistas certos para suas histórias”.
12. Estadão: checagem patrocinada pela Janssen
A própria checagem de fatos do Estadão é patrocinada pela vacina Janssen, o braço farmacêutico da Johnson & Johnson.

13. Estadão: patrocinado pela Astrazeneca
Mais uma empresa vendedora de vacinas patrocina o Estadão: Astrazeneca.

14. Estadão: patrocinado pela Pfizer
A Pfizer também patrocina o jornal.

15. Estadão: jornalismo moldado

Além de patrocinar diretamente a checagem de fatos e outros conteúdos supostamente de saúde, as grandes corporações farmacêuticas moldam, de acordo com seus interesses, o pensamento dos jornalistas tanto do próprio Estadão, como de outros veículos de imprensa, em cursos de “Jornalismo de Saúde”. Isso ocorre via Interfarma, que se define como “Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa”.
Os cursos são feitos através da parceria Interfarma e Estadão. São também ligadas à Interfarma: Astrazeneca, Gilead, Johnson & Johnson, MSD, e Pfizer, empresas que já tiveram seus produtos e condutas criticados pelo MPV.
16. Estadão: efeitos da proteína spike
Em apoio, o Estadão Verifica publicou outra matéria: “O que a ciência sabe até agora sobre o efeito da proteína spike no corpo”.
Diferentemente do que acontece na infecção natural, quando há uma produção massiva de proteínas virais em muitos locais do corpo, a produção da vacinação é localizada. A ação acontece principalmente no músculo em que o imunizante foi injetado e em células imunológicas próximas, em quantidade bem menor e por tempo limitado.
O Estadão continua obstinado para desinformar seus pobres leitores. Estudos comprovam excreção de mRNA vacinal no leite materno. Um trabalho publicado na JAMA Pediatrics detectou traços de mRNA das vacinas Pfizer/Moderna no leite de mulheres lactantes até 45 horas após a vacinação. Um estudo posterior na eBioMedicine, The Lancet, 2023, confirmou que o mRNA se distribui sistemicamente e é empacotado em exossomos do leite, prova direta de excreção para o bebê.
O Estadão continua seu trabalho pela desinformação:
O imunologista Jorge Kalil, ex-presidente do Instituto Butantan, cita como exemplo um consenso científico publicado recentemente pela Sociedade Europeia de Cardiologia, que concluiu que a incidência de miocardite e pericardite causada pela covid é superior de cinco a 10 vezes a dos casos provenientes das vacinas, e também mais grave e com complicações a longo prazo, incluindo morte.
De novo. Por que os países europeus que demos os links acima, de suas recomendações, deixam de recomendar para crianças e jovens, já que o produto evita doenças piores? O especialista consultado pelo Estadão fala de artigo sem colocar o link porque tal artigo é fraco e não se sustenta após análise de profissionais independentes e competentes.
17. E o Estadão admite a existência da “síndrome pós-vacinação” com spike elevada
A segunda reportagem segue. E o Estadão, depois do sensacionalismo acusatório, assume que a discussão é válida:
Pesquisas sobre possíveis efeitos negativos da spike de vacinas ainda são iniciais
Pesquisadores citaram ao Verifica que a principal investigação sobre o assunto é um estudo feito pela Universidade de Yale, em fevereiro deste ano. A publicação ainda está em pré-print e deve passar por revisão de outros pesquisadores – etapa essencial para validação científica. Os cientistas avaliaram dados de 42 pessoas com queixas de sintomas semelhantes à covid longa após a vacinação. Outros 22 indivíduos imunizados que não tiveram efeitos também foram avaliados.
Uma das descobertas foi de que pessoas com características do que o estudo chama de “síndrome pós-vacinação” apresentaram níveis mais elevados da proteína spike do que o grupo de controle, podendo ser detectada mais de 700 dias após a última imunização.
Ou seja, toda a reportagem foi baseada em um suposto escândalo de médicos falando e trabalhando em “síndrome pós-spike” absolutamente “sem comprovação científica” e logo na sequência, fala em uma “síndrome pós-vacinação”, vacinas essas com proteína spike!
Ou seja, um escândalo fabricado sobre nomenclatura. O ataque é semântico, não científico. O que importa é que a doença é real, está acometendo a população. O MPV continua trabalhando com base em evidências atualizadas para promover informação e qualificação científica de qualidade para os médicos brasileiros, para que possam auxiliar seus pacientes que sofrem agora, não esperando notícias do Estadão.
Em resumo, o Verifica admite (indiretamente) a existência da “síndrome pós-vacinação” com spike elevada, que é exatamente o que os artigos científicos e o MPV chamam de spikeopatia ou síndrome pós-spike.
Afinal, se é ‘sem comprovação científica’, por que o Verifica cita um estudo que detecta spike vacinal circulante por mais de 700 dias em indivíduos com sintomas pós-vacinação?
18. O silêncio dos “donos da verdade”: quando o Estadão foge da checagem
O cinismo do Estadão atinge o ápice na sua recusa sistemática em praticar o que prega. Enquanto se arvora no direito de patrulhar a fala de médicos e rotular estudos científicos como “desinformação”, o jornal se esconde atrás de um silêncio covarde quando é ele quem está no banco dos réus da ciência.
Em janeiro de 2025, o Médicos Pela Vida (MPV) enviou uma série de questionamentos formais e técnicos ao Estadão Verifica, ao Fórum Estadão e diretamente ao colunista Fernando Reinach. O motivo? O artigo de Reinach, “O erro científico que causou mortes na pandemia”, continha distorções grosseiras e afirmações científicas insustentáveis sobre o uso da hidroxicloroquina, ignorando, por exemplo, o maior estudo de profilaxia do mundo (COPCOV, de Oxford).
Nós fizemos o que os jornalistas honestos deveriam fazer: pedimos os dados, questionamos as fontes, solicitamos que o jornal provasse a afirmação de que “o estudo foi repetido com 30.000 pacientes e demonstrou ineficácia”, um dado que o próprio Reinach parece ter “ajustado” para caber na sua narrativa.
Qual foi a resposta do Estadão? O silêncio absoluto.
Eles não responderam aos e-mails, não sustentaram seus argumentos, não tiveram a coragem de submeter suas “verdades” ao crivo de quem realmente estuda o assunto e atende pacientes na linha de frente.
Isso revela a face real desses “verificadores”: eles não buscam a verdade; eles buscam o monopólio da narrativa. Para o Estadão, a checagem é uma via de mão única: eles apontam o dedo, mas se escondem quando o dedo é apontado para eles. Se o jornalismo do Estadão fosse pautado pela ética e não por interesses escusos, teriam vindo a público corrigir o erro. Preferiram o esconderijo da redação.
Quem não consegue sustentar um debate técnico em um e-mail não tem autoridade moral para dar lição de ciência em um editorial. O Estadão não verifica fatos; o Estadão protege interesses. E quando os interesses são questionados por dados, o jornal simplesmente finge que o questionamento não existe.
19. Comentário final do MPV: Mães da Praça de Maio
O Brasil se tornou uma aberração no cenário internacional de saúde pública. Não por opinião, mas por fato verificável: somos o único país do mundo que obriga a vacinação contra COVID-19 em crianças, incluindo bebês de 6 meses a 5 anos. Enquanto isso, países que sempre foram referências globais em saúde pública (Reino Unido, Dinamarca, Suécia, Suíça, Alemanha) sequer recomendam essas vacinas para crianças saudáveis, a imensa maioria da população infantil. Quando recomendam, é exclusivamente para crianças com comorbidades graves, após avaliação médica rigorosa e individualizada. Quando os riscos superam os benefícios, a indicação cai por terra.
Essa não é uma questão de “interpretação científica”. É um contraste brutal entre políticas públicas. De um lado, países desenvolvidos com sistemas de saúde robustos, agências reguladoras respeitadas e tradição de medicina baseada em evidências. Do outro, o Brasil, transformado em ponto de desova de produtos farmacêuticos que o resto do mundo desenvolvido rejeitou ou abandonou para a população pediátrica de baixo risco.
E o que faz o Estadão, um jornal centenário que se apresenta como voz da verdade? Em vez de investigar essa aberração, em vez de questionar por que o Brasil caminha sozinho no mundo, em vez de perguntar aos responsáveis por essa política “por que somos diferentes de toda a Europa?”, o jornal prefere atacar quem faz essas perguntas. Prefere rotular como “desinformação” o trabalho de médicos que apontam exatamente esse contraste.
O jornalismo sério questiona o poder. O New York Times questionou a vacinação universal em crianças nos Estados Unidos, comparando com a Europa. O Wall Street Journal denunciou a propaganda enganosa das campanhas de vacinas bivalentes, com dados concretos. O The Telegraph revelou que o governo britânico estaria retendo dados sobre possível ligação entre vacinas e excesso de mortes, e publicou estudos mostrando que as estimativas de vidas salvas foram “excessivamente otimistas”, propaganda enganosa institucionalizada.
O Estadão, ao contrário, virou taquígrafo de decisões governamentais e de comunicados da indústria farmacêutica. Não estimula o debate. Tenta sufocá-lo. Não questiona os poderosos, ataca quem os questiona. Transformou-se em assessoria de imprensa disfarçada de jornalismo investigativo.
Ao mesmo tempo, é revelador observar as contradições do próprio Estadão. Recentemente, o jornal publicou uma importante denúncia sobre contas no TikTok que glorificam ditadores latino-americanos, incluindo Jorge Rafael Videla, o general argentino responsável por uma das ditaduras mais sanguinárias do continente. Essas contas tentam “limpar” a imagem de Videla, negando ou minimizando os milhares de desaparecidos políticos, as torturas sistemáticas, os bebês sequestrados de prisioneiras grávidas.
O Estadão, com razão, condena esse negacionismo histórico. Videla foi julgado, condenado e morreu na prisão. As Mães da Praça de Maio, que por décadas caminharam em círculos naquela praça de Buenos Aires exigindo “Onde estão nossos filhos?”, são símbolo global de resistência contra o autoritarismo e de luta por verdade e justiça. Negar os crimes de Videla é negar a dor dessas mães, é cuspir na memória de seus filhos desaparecidos.
Mas esse mesmo Estadão não vê, ou finge não ver, o autoritarismo que se desenrola diante de seus olhos, agora, no Brasil de 2025.
Crianças brasileiras estão sendo sequestradas pelo Estado porque seus pais, baseando-se nas recomendações de países europeus de referência em saúde pública, decidiram não vacinar seus filhos saudáveis contra COVID-19. Não são “desaparecidos”, elas eventualmente retornam. Mas são arrancadas do convívio familiar, colocadas em abrigos estatais, seus pais processados e humilhados publicamente, tudo por discordarem de uma política sanitária que nenhum país desenvolvido do mundo adota. Como chamar ações desse tipo?
Conforme relatado pelo portal Poder360, casos assim se multiplicam pelo Brasil, como a família em Arroio Grande/RS, cujos filhos foram sequestrados por se recusarem a tomar as controversas vacinas COVID. Famílias estão sendo destroçadas. Crianças traumatizadas pela separação forçada de seus pais. Pais desesperados enfrentando a máquina estatal por uma decisão que seria respeitada, ou nem sequer questionada, se morassem nos EUA, Alemanha, Suécia ou no Reino Unido.
O Estadão, diante disso, não investiga. Não questiona. Não compara. Simplesmente silencia. Pior: ataca quem denuncia, rotulando médicos e associações que expõem essa realidade como “difusores de desinformação”. O jornal nega que isso seja autoritarismo. Nega que o Brasil seja uma aberração. Nega, com sua omissão cúmplice, que direitos fundamentais estejam sendo violados em nome de uma política sem respaldo no consenso científico internacional.
É curioso: o Estadão reconhece o horror dos sequestros quando eles estão seguros no passado. Videla, os desaparecidos argentinos, as Mães da Praça de Maio. Mas não reconhece os sequestros do presente. A diferença? Videla está morto e sua ditadura, derrotada. É fácil, confortável e seguro condená-lo décadas depois. Questionar o poder presente, o governo atual, as agências reguladoras capturadas, a indústria farmacêutica que lucra bilhões, isso exige coragem jornalística.
E o Estadão escolheu o caminho mais confortável: atacar quem faz as perguntas difíceis.
A história não será gentil com os censores. Nem com os jornais que, em vez de fiscalizar o poder, transformaram-se em seus megafones. Nem com aqueles que atacaram médicos, cientistas e famílias que alertavam sobre direitos sendo violados, sobre políticas descoladas do resto do mundo civilizado, sobre uma aberração sanitária agora.
As Mães da Praça de Maio nos ensinaram uma lição fundamental: o silêncio diante do abuso é cumplicidade. Elas não se calaram quando seus filhos desapareceram. Não aceitaram as explicações oficiais. Não se intimidaram diante da repressão. Caminharam, todas as quintas-feiras, durante décadas, até que o mundo não pudesse mais ignorar.
Hoje, no Brasil, há pais cujos filhos não desapareceram, mas foram sequestrados legalmente. Há médicos sendo perseguidos por defender análises individualizadas de risco-benefício. Há um país inteiro sendo usado como laboratório de políticas que o resto do mundo abandonou. E há um jornal, o Estadão, que escolheu o lado errado dessa história.
O Estadão escolheu o silêncio cúmplice. Escolheu atacar denunciantes em vez de investigar denúncias. Escolheu proteger a aberração que ajudou a criar.
Nós, do Médicos Pela Vida, escolhemos a denúncia. Escolhemos defender crianças, famílias e a dignidade da medicina. Escolhemos questionar o poder, custe o que custar. Escolhemos o lado da história onde estarão, décadas à frente, aqueles que tiveram a coragem de dizer não ao autoritarismo travestido de saúde pública.
A história lembrará quem teve coragem de caminhar em círculos, exigindo verdade e justiça, mesmo quando todas as instituições diziam para ficar calado.
E a história esquecerá, ou condenará, aqueles que, tendo toda a estrutura e o alcance para denunciar, preferiram atacar quem denunciava.
O Estadão não será lembrado como guardião da verdade. Será lembrado como cúmplice de uma aberração.
Desafiamos o Estadão a promover o debate. Fazer o que a imprensa de verdade faz: uma coluna de opinião para uma defesa, outra coluna para o oposto. As antigas e atuais colunas do SIM e do NÃO. A igual oportunidade de argumentação, deixando que cada leitor tire a sua própria conclusão.
Médicos Pela Vida
Em defesa da autonomia médica, do consentimento informado livre e esclarecido e da dignidade humana.
