Editorial: décadas altos investimentos em Universidades Públicas provam-se inúteis na proteção da população

O monumental investimento do contribuinte revela-se inútil justamente no momento em que a população mais precisa de sua voz crítica para ser protegida de uma decisão política e economicamente motivada.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em 25 de agosto, o Estadão, tradicional jornal paulista, publicou um editorial: “O silêncio dos Universitários”. Logo na linha fina, o jornal afirma: Pesquisa mostra que metade dos alunos evita discutir temas polêmicos nas universidades por temer perseguição e retaliação. O câmpus, que deveria ser o lugar das ideias, virou usina de dogmas”.

O texto segue, cortante: “As universidades vieram à luz como templos da liberdade intelectual, carregando já no nome a promessa de brilhar como um ‘universo’ de saberes, onde ideias rivais se enfrentam sem medo, dogmas são desafiados e consensos só existem enquanto resistem ao fogo do debate. Mas essa promessa foi traída. O campus que deveria ser laboratório do pluralismo, tornou-se casamata da intolerância”. E arremata com um fato triste: “Professores e alunos admitem que se calam por medo das patrulhas ideológicas”.

Este silêncio ensurdecedor, porém, não é uma mera questão acadêmica. Ele tem consequências diretas, graves, na vida da população. Enquanto a comunidade universitária se cala por medo de patrulha, patrocina-se, no mundo real, uma das maiores aberrações sanitárias do planeta.

Estamos em setembro de 2025, e o Brasil se mantém como o único país do mundo a obrigar vacinas COVID-19 em crianças de 6 meses a 5 anos de idade. Estamos sozinhos nessa jabuticaba. Nenhuma outra nação impõe essa medida. Todas as outras concedem aos pais o direito de escolha sobre seus filhos. Nações desenvolvidas e rigorosas com sua saúde pública, como Reino Unido, Alemanha, Suécia, Dinamarca e Japão, apenas para citar alguns exemplos, nem mesmo recomendam a perigosa injeção para crianças e jovens saudáveis. Suas diretrizes restringem a recomendação a idosos ou a jovens com graves comorbidades, e ainda assim, após rigorosa avaliação médica individual, com esclarecimentos técnicos e seguida da prescrição com assinatura e carimbo do médico. Mesmo assim, sendo uma recomendação, jamais uma obrigação.

O motivo é científico, claro e cristalino: para essa faixa etária saudável, o risco supera o benefício. Não existe justificativa racional para um cálculo de risco-benefício radicalmente diferente. A conclusão é inevitável e alarmante: o Brasil transformou-se na desova final de produtos farmacêuticos rejeitados pelo mundo. O assunto por aqui, no entanto, permanece um tabu intocável.

E onde estão as nossas renomadas universidades públicas durante esse desastre? Em completo silêncio. Esta aberração sanitária não encontra oposição organizada oriunda de suas salas de aula e departamentos de medicina, infectologia e pediatria, todos bancados com os impostos da população que deveriam proteger. Um único posicionamento oficial de uma USP ou UFRJ, por exemplo, questionando a lógica desta obrigatoriedade única no mundo, seria suficiente para rachar o consenso artificial e forçar um debate público qualificado. Seu prestígio, construído durante décadas de investimento pesado, é suficiente para quebrar o tabu.

No entanto, calam-se. E assim, o monumental investimento do contribuinte revela-se inútil justamente no momento em que a população mais precisa de sua voz crítica para ser protegida de uma decisão política e economicamente motivada. Este silêncio cúmplice não serve à cidadania; serve aos interesses do lucro de grandes corporações farmacêuticas. É a expressão institucional de um farmafascismo – onde órgãos do Estado são capturados para atender grandes corporações, em vez de servir à população. As universidades, que deveriam ser o antídoto para isso, funcionam como sua marquise.

Diante deste cenário de silêncio e conivência, uma pergunta ecoa: quem, de fato, defende a ciência e a população? A resposta, constatada na mais absoluta solidão, é o Médicos Pela Vida. Enquanto as grandes instituições calaram, somos nós, o MPV, a única entidade a denunciar incessantemente esta aberração sanitária que isola o Brasil do mundo civilizado. Não é surpresa. Durante a pandemia, nossa recusa em seguir a ortodoxia imposta pela Big Pharma rendeu-nos perseguição, censura e processos. Fomos caluniados para ser silenciados. O fato de hoje estarmos sozinhos, apontando para este consenso artificial que ninguém ousa defender com argumentos, mas que muitos obedecem por medo ou interesse, é a prova definitiva de que sempre estivemos certos. A ciência não é consenso; é debate. E quem a cala, a trai. O cenário é que nas universidades, a liberdade de expressão é violada ou assassinada todos os dias. Por quê?

Este cenário, de rendição intelectual incondicional das universidades, lembra a construção da Linha Maginot pela França: uma fortaleza cara e impressionante, construída por anos e tida como garantia absoluta de segurança. Quando veio a prova de fogo, foi facilmente contornada. É um dos maiores fracassos da história. Nossas universidades, nossa própria Linha Maginot acadêmica, estão sendo contornadas, há anos, pelo dogmatismo e pelo medo covarde. O alto investimento mostrou-se em vão. A população, que financiou essa fortaleza, está desprotegida. É uma traição à ciência, à razão, ao bom senso e ao povo brasileiro.

Médicos Pela Vida


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Redação MPV

Equipe de jornalismo do MPV - Médicos Pela Vida, uma associação médica com milhares de associados que se notabilizou no atendimento da linha de frente da COVID-19.

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