Um estudo suíço revisado por pares e publicado na revista Communications Medicine, do grupo Nature, concluiu que doses de reforço da vacina contra a COVID-19 estão associadas a um aumento significativo no risco de desenvolver doença semelhante à gripe – no Brasil, usamos o termo infecções de vias aéreas superiores (IVAS) – e no número de dias de afastamento do trabalho dos profissionais de saúde.
A pesquisa foi liderada pela cientista Tamara Dörr, do Hospital Cantonal de St. Gallen (HOCH), um dos mais conceituados centros médicos da Suíça, com participação de mais 16 cientistas, incluindo pesquisadores da Universidade de Zurique.
O que os cientistas fizeram
O objetivo foi determinar a associação entre o status vacinal contra SARS-CoV-2 e a ocorrência de doenças semelhantes à gripe, além de medir a quantidade de dias de trabalho perdidos por essa condição.
Durante um período de alta transmissão comunitária (novembro de 2023 a maio de 2024), foram coletados dados semanais sobre sintomas e licenças médicas de 1.745 profissionais de saúde. A análise utilizou regressão binomial negativa para identificar fatores de risco.
“A vacinação contra SARS-CoV-2 não foi associada a um efeito protetor contra doenças semelhantes à gripe. Pelo contrário, observamos um risco clinicamente relevante de doenças semelhantes à gripe com aumento de até 70%. Isso está de acordo com vários estudos publicados recentemente que se concentraram no risco de reinfecção por SARS-CoV-2 como resultado”, escreveram os cientistas no estudo.
Resultados
Maior chance de doenças semelhantes a gripe
- 3 doses: risco 56% maior
- 4 doses: risco 70% maior
Mais dias de afastamento por doença após os reforços
- 3 doses: 49% mais dias de trabalho perdidos
- 4 doses: 50% mais dias de trabalho perdidos
Detalhes
A doença semelhante à gripe (DSG) foi definida como início súbito de febre (≥38°C ou sensação de febre) mais pelo menos um sintoma respiratório (tosse, dor de garganta, coriza, perda do olfato) em até 7 dias.
Dados de vigilância nacional mostraram que, no período estudado, aproximadamente 21% dos casos de DSG eram COVID-19, 20% eram gripe e o restante foi causado por outros vírus respiratórios. Isso significa que os reforços aumentaram o risco de infecção por diferentes patógenos respiratórios, não apenas pelo SARS-CoV-2.
“Um maior número de vacinações contra o SARS-CoV-2 está associado a um maior risco de doenças respiratórias semelhantes à gripe e de dias de trabalho perdidos”, reforçaram os cientistas.
“Concluímos que a vacinação de reforço contra o SARS-CoV-2 não contribui para a proteção da força de trabalho da saúde em um cenário pós-pandemia”.
Comentário editorial MPV
Se estas injeções experimentais fossem apenas ineficazes, já seria um alívio. O problema é que aumentam o risco de contrair a doença — eficácia negativa.
O primeiro e o segundo estudo da Cleveland Clinic, JAMA, Áustria, CDC e Japão chegaram à mesma conclusão: mais doses, mais infecção.
Mesmo assim, o Brasil é o único país do mundo que obriga a injeções perigosas contra COVID-19 em crianças de 6 meses a 5 anos. Isso precisa parar — para todas as idades.
Onde há risco, deve haver informação e liberdade de escolha, nunca imposição.