18 de outubro. Dia do Médico
Dia de comemoração. E de reflexão sobre desafios.
Comemoração pela vitória em sermos artífices da manutenção da saúde e da vida. Pela oportunidade de cumprirmos a missão sagrada de eternos aprendizes de tratar corpos e almas, acolher e cuidar do mais humilde cidadão à mais graduada autoridade, de transversarmos todas as camadas sociais. Sendo humano, demasiadamente humano. Um raro privilégio.
Reflexão sobre desafios do dia: o ataque direto e indireto ao nosso mercado de trabalho e sobre a nossa autonomia.
O monopólio sobre qualquer área produtiva é danoso. Na saúde, área de prestação de serviço mais sensível por cuidar da vida, a concentração é mais danosa ainda. O monopólio se estabelece com a aquisição de muitos planos de saúde nas mãos de um grupo de capital cujo maior objetivo é a mera distribuição de lucros a acionistas. O cuidado com o paciente e a vida está em segundo plano.
Em outra ponta, hospitais pelo Brasil inteiro são comprados por grandes redes, dentro da mesma lógica concentradora e regulada por protocolos clínicos restritivos: o médico só pode fazer aquilo que está previsto. Pode até pensar, mas não pode agir fora da caixinha. Desta forma, fica cerceada e imobilizada a autonomia profissional. Quem perde? O médico e o paciente, principalmente este.
O monopólio também impõe a restrição mercadológica: demite os médicos mais antigos, e contrata recém formados. Pela metade do salário. Estes, menos experientes, também tendem a questionar menos.
Como fator devastador, nada melhor do que uma superprodução de médicos. Independente da qualidade da formação. Abrindo uma faculdade em cada esquina. Das 342 escolas médicas existentes, 220 foram abertas nos últimos 20 anos. Temos mais faculdades do que qualquer outro país, inclusive a China e os EUA. Só a Índia tem um pouco mais: 400, porém com uma população 6 vezes maior.
A OMS recomenda um médico para cada mil habitantes, o Brasil já tem 2,4 médicos por mil habitantes.
Mas, para todo problema há uma solução. Ou várias.
Os verdadeiros médicos continuarão a existir. Nos seus consultórios, nas clínicas e em hospitais que serão alternativas ao modelo monopolista em curso. Porque sempre existirão médicos raiz, e porque sempre haverá pacientes conscientes.
Hoje é dia de defender a profissão, de saudar a postura ética do CFM e de rejeitar veementemente todo e qualquer ataque e perseguição ao livre exercício da Medicina.
Feliz dia do Médico!
Médicos pela Vida
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