Um estudo recente e rigoroso, do início do mês, baseado em um coorte populacional em Seul, Coreia do Sul, revelou um aumento significativo nos eventos psiquiátricos adversos após a vacinação contra a COVID-19. Conduzido pelo pesquisador Hong Jin Kim, do  College of Medicine da Inje University, o estudo analisou dados de mais de dois milhões de residentes de Seul, selecionados aleatoriamente do banco de dados do Korean National Health Insurance Service (KNHIS).

Evidências anteriores sugeriram um risco aumentado de manifestações psiquiátricas após infecções virais, incluindo a COVID-19. No entanto, os eventos adversos psiquiátricos (AEs) após a vacinação contra a COVID-19 ainda não estavam claros. Este estudo teve como objetivo investigar esses AEs em uma grande coorte populacional.

Os mais de 2 milhões de participantes foram divididos em dois grupos com base na vacinação contra a COVID-19. As incidências cumulativas por 10.000 de AEs psiquiátricos foram avaliadas em uma semana, duas semanas, um mês e três meses após a vacinação. Razões de risco (HRs) e intervalos de confiança (CIs) de 95% foram medidos para a população vacinada.’

“A vacinação contra a COVID-19 aumentou os riscos de depressão, ansiedade, transtornos dissociativos, relacionados ao estresse e somatoformes, e transtornos do sono, ao mesmo tempo que reduziu o risco de esquizofrenia e transtorno bipolar. Portanto, são necessárias precauções especiais ao administrar doses adicionais de vacinas contra a COVID-19 a populações vulneráveis a eventos psiquiátricos adversos”, declararam os cientistas no estudo.

Os resultados mostraram que a incidência cumulativa de depressão, ansiedade, transtornos dissociativos, relacionados ao estresse e somatoformes, transtornos do sono e transtornos sexuais foi maior no grupo vacinado em comparação ao grupo não vacinado. No entanto, os transtornos de esquizofrenia e bipolar apresentaram incidência cumulativa menor no grupo vacinado.

Comparação

  • 308.354 não vacinados.
  • 1.718.999 vacinados.

Chances aumentadas

  • Depressão: 68% maior.
  • Ansiedade, transtornos dissociativos, relacionados ao estresse: 44% maior.
  • Transtornos do sono: 93% maior.

Figura 2 do estudo, mostrando incidência cumulativa. Aumento forte de depressão e distúrbios do sono são preocupações. Alterações sexuais são preocupações que precisam de mais estudos.

Cientistas pedem cautela com os produtos

“As nossas descobertas sugeriram que a relação entre a vacinação contra a COVID-19 e a doença mental pode estar subestimada, juntamente com a complexidade do seu impacto na saúde mental. Assim, são necessárias observação atenta e cautela especial para a administração de vacinações adicionais contra a COVID-19 em populações vulneráveis ​​a EAs psiquiátricos”, concluíram os pesquisadores no próprio estudo.

Comentário MPV

Os dados de curto e médio prazo das vacinas COVID-19 começaram a sair e apontam para um cenário desastroso. O número de 68% maior de depressão encontrado no estudo causa muita preocupação. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, essa é a principal causa de incapacidade em todo o mundo. O Brasil já é o país com maior prevalência de depressão na América Latina e segundo das Américas. Estudos epidemiológicos indicam que a prevalência de depressão ao longo da vida no Brasil é de aproximadamente 15,5%. Um aumento de 68% em um índice já elevado pode comprometer seriamente a economia do país.

O mais alarmante é que o estudo se concentrou apenas nos três meses após a vacinação, sugerindo que os números podem aumentar ainda mais a longo prazo.

Outro dado preocupante é o aumento de 93% nos transtornos do sono. A qualidade insatisfatória do sono é uma das principais causas de comprometimento cognitivo. As autoridades brasileiras precisam prestar muita atenção a esses dados e, como sugerem os pesquisadores, adotar uma abordagem cautelosa ao calcular os riscos e benefícios das vacinas para a população em geral, principalmente em pessoas fora do grupo de risco da doença, como crianças.

Fonte

Psychiatric adverse events following COVID-19 vaccination: a population-based cohort study in Seoul, South Korea | Molecular Psychiatry

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