Um estudo recente liderado por Vinay Prasad, do Departamento de Epidemiologia e Bioestatística da Universidade da Califórnia, EUA, entre outros cientistas da mesma universidade, documentou 25 casos em que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos errou em dados numéricos e estatísticos relacionados à pandemia de COVID-19. 

A pesquisa revisou publicações, entrevistas, reuniões e contas de redes sociais do CDC, além de comparar dados de mortalidade do National Center for Health Statistics e do CDC COVID Data Tracker. Dos 25 casos, 80% exageraram a gravidade da situação da pandemia, 12% exageraram e minimizaram simultaneamente a gravidade da situação, um erro foi neutro e em apenas um único caso houve exagero sobre os riscos da vacina COVID-19. O CDC foi notificado dos erros em 16 ocasiões, e posteriormente corrigiu pelo menos parcialmente os erros em 13 ocasiões.

O levantamento identificou que muitos erros foram relacionados à mortalidade infantil, exagerando o impacto da COVID-19 em crianças. “Dos 16 erros relacionados ao risco de COVID-19 em crianças, 94% exageraram seus riscos de COVID-19”, afirmaram os autores.

A pesquisa afirma que a European CDC forneceu dados tranquilizadores sobre o SARS-CoV-2 em crianças, enquanto o CDC dos EUA superestimou os riscos. “Muitos casos de desinformação do CDC foram relacionados a dados de mortalidade pediátrica, exagerando o impacto do COVID-19 em crianças. Enquanto o CDC europeu forneceu dados tranquilizadores sobre SARS-CoV-2 em crianças, os erros que encontramos mostram que o CDC dos EUA superestimou os riscos”, escreveram os autores.

“Em vários casos, os números de internação pediátrica também foram exagerados no site do CDC. Isso levou à falsa aparência de internações hospitalares pediátricas crescentes e, simultaneamente, inflacionou o número total de internações hospitalares pediátricas”, escreveram os autores.

A pesquisa aponta a necessidade de maior diligência na coleta e reporte de dados, assim como sugere que a entidade federal responsável por reportar estatísticas de saúde deveria ser isolada da entidade responsável por definir políticas de saúde, devido a preocupações de viés sistemático.

Essas afirmações levaram a declarações incorretas de que a COVID-19 era uma das cinco principais causas de morte em crianças. Embora os autores do estudo tenham revisado o artigo, o CDC só reconheceu a desinformação quatro meses depois. 

0,04% virou 4%

“A página do CDC “Estimated COVID- 19 Burden” às vezes também distorcia informações sobre mortes pediátricas. A página inclui um gráfico de casos estimados, hospitalizações e mortes por faixa etária. Quando as estimativas de mortalidade foram adicionadas pela primeira vez com dados até maio de 2021, o gráfico e a tabela de dados associados listaram incorretamente as mortes pediátricas por COVID-19 como 4% das mortes por COVID-19, em vez de 0,04% das mortes (as porcentagens totalizaram 104%)”, relatam os autores.

A pesquisa destaca a importância de apresentar informações estatísticas precisas durante a pandemia e aponta que erros podem levar a políticas de saúde mal orientadas. “Se um órgão de saúde pública optar por fazer campanha contra a desinformação, é importante que o órgão apresente informações estatísticas básicas precisas”, afirmaram os autores.

Comentário MPV

Não é estranho que os erros estatísticos são sempre para exagerar as internações e mortes de crianças, induzindo os pais a aceitarem a promessa de que um produto inoculável impediria tão trágico destino a seus filhos, e deste modo, aumentando os lucros de grandes indústrias do ramo

Fonte

Statistical and Numerical Errors Made by the US Centers for Disease Control and Prevention During the COVID-19 Pandemic