O maior estudo do mundo com Ivermectina, executado em Itajaí, Santa Catarina, no Sul do Brasil, classificado recentemente pelo Dr Pierre Kory, professor de medicina e um dos maiores especialistas do planeta em cuidados intensivos, como “um dos mais notáveis estudos da história da medicina” em uma recente audiência no senado dos EUA, possui agora seus dados disponibilizados publicamente para a comunidade científica mundial.
O objetivo dos pesquisadores em disponibilizar os dados brutos, produzidos pela estrutura pública do SUS – Sistema Único de Saúde, é a transparência. “Quem não deve não teme. Não é porque a falta de transparência tem sido regra nas pesquisas de vacinas e outras drogas na COVID, que iríamos fazer o mesmo.”, afirmou o Dr Flavio Cadegiani, um dos cientistas autores do estudo.
“Eu desafio a qualquer pessoa que ouse questionar os dados, a ir para Itajaí pegar os dados brutos no próprio sistema do SUS”, complementou.
A pesquisa, publicada em 15 de janeiro no prestigiado periódico científico Cureus após revisão internacional por pares, envolveu toda a população de Itajaí em uma ação que visava reduzir o impacto da pandemia de COVID-19 em toda a cidade. (Leia detalhes do estudo em português e em inglês).
O estudo encontrou eficácia em todas as etapas: entre os cidadãos que optaram por tomar ivermectina preventiva houve uma redução de 44% na chance de ser infectado pelo vírus. Entre os que tomaram o medicamento e mesmo assim foram infectados, houve uma redução de 56% na chance de ser internado, comparados com os que não tomaram. E entre os que tomaram preventivamente, a chance de morte por COVID-19, comparado aos que não tomaram, foi reduzida em 68%.
Publicar os dados visa atender a um pedido da BMJ por transparência
Disponibilizar publicamente os dados ocorre ao mesmo tempo que um editorial do BMJ (British Medical Journal), um dos periódicos de medicina mais conceituados do mundo, publicado em 19 de janeiro, conclamou que todos os dados brutos das vacinas e novos tratamentos para COVID fossem tornados públicos. “Ao meu ver, a BMJ deixou muito claro. Não tomar os dados públicos, mesmo que sob demanda, é confissão de fraude”, afirmou Dr Cadegiani.
“Nós gostaríamos que todas as pesquisas em COVID, não somente em drogas reposicionadas, tivessem o nível de transparência que nós temos. Esse é o desejo de quem busca a verdade científica.”, complementou.
Cientistas elogiam transparência
“É excelente que tenham divulgado os seus dados de forma anônima. Eles têm verdadeira confiança nos resultados das suas análises. É assim que a boa ciência é levada a cabo.”, afirmou o Dr Harvey Risch, professor de epidemiologia da Universidade de Yale, EUA, ressaltando que os dados pessoais dos pacientes são preservados.
O cientista de dados Lorenzo Ridolfi, PhD em ciência da computação, que tem analisado dados e ondas do impacto da pandemia no Brasil pelo site zerobias.info, elogiou a ação. “É muito difícil encontrar dados de vacinas e outros tratamentos para COVID. Se todos os estudos tivessem essa abertura, teríamos muito mais transparência nos resultados”.
Transparência que vacinas não possuem
A publicação dos dados ocorre no mesmo momento em que a comunidade científica especula sobre o pedido de demissão de Ricardo Palacios, chefe de pesquisa da Coronavac, vacina com 84,2 milhões de doses aplicadas na população brasileira, que mesmo após um ano, ainda não possui estudo publicado nem dados públicos. Palacios afastou-se do Instituto Butantan, entidade pública brasileira parceira da fabricante no esforço de vacinação contra a COVID-19.
“O estudo da Coronavac é só um exemplo da assimetria de tratamento pela mídia. O que há por trás dessa desigualdade?”, questiona Dr Cadegiani.
Os dados estão disponíveis para qualquer um, mas eles preservam a identidade dos cidadãos de Itajaí. “Os dados estão aí para quem quiser recalcular. Nem a mais árdua ginástica estatística conseguirá desfazer a eficácia da droga”, afirmou.
“Queremos ser um case mundial de transparência e assim incentivar universidades e cientistas do mundo inteiro a ir nessa direção”, acrescentou Dr Cadegiani.
Comunidade científica apostava contra a disponibilização dos dados
Publicar os dados é algo tão inédito na ciência que Kyle Sheldrick, médico e pesquisador australiano, um dos maiores críticos dos estudos de ivermectina, apostou recentemente: “Eles vão renegar vários compromissos anteriores de publicar publicamente o conjunto de dados e alegar que agora está a pedido”.
“Mais uma vez apostaram errado. É nítido o objetivo por trás de tudo isso. Mas quando o estudo fala por si só, não há quem consiga barrar. Interessante que essas pessoas nunca pediram dados de produtos patenteados”, afirmou Cadegiani.
Itajaí apenas confirmou estudos anteriores
Existem outros 15 estudos em profilaxia com ivermectina, um medicamento barato, genérico e sem patentes. Todos são positivos, de modo unânime. Entretanto, por Itajaí ter sido com uma grande quantidade de pacientes e usar a técnica estatística PSM – Propensity Score Matching, devido aos dados terem grande precisão, há um maior peso neste estudo como evidência científica. Ou seja, Itajaí apenas confirmou outros estudos.
Por Filipe Rafaeli (fonte)
Onde fazer download dos dados
Faça o download por aqui (link)