Miocardite e pericardite foram observadas somente após a vacinação e não após a infecção por COVID-19, aponta um preprint recente liderado por pesquisadores da Universidade de Oxford. O estudo comparou os resultados de saúde entre crianças vacinadas e não vacinadas com COVID-19.
“Entre adolescentes e crianças, miocardite e pericardite foram documentadas apenas nos grupos vacinados, com taxas de 27 e 10 casos por milhão”, afirmaram os autores na pesquisa.
O estudo avaliou mais de 1 milhão de crianças inglesas de 5 a 11 anos e adolescentes de 12 a 15 anos. Crianças vacinadas foram comparadas a um número igual de não vacinadas, e crianças que receberam uma dose foram comparadas com aquelas que receberam duas doses.
O estudo também constatou que crianças e adolescentes não são do grupo de risco da doença: “hospitalizações relacionadas à COVID-19 e a frequência de cuidados intensivos foram raras tanto em adolescentes quanto em crianças, e não houve mortes relacionadas à COVID-19”, observaram os autores.
A pesquisa utilizou dados do banco de dados OpenSAFELY-TPP do Serviço Nacional de Saúde (NHS) da Inglaterra. Houve 15 casos de pericardite e três casos de miocardite entre as mais de 839 mil crianças e adolescentes vacinados. Mais da metade dos adolescentes com pericardite e miocardite foram internados ou procuraram pronto-socorro.
Oxford confirmou dados anteriores
Grandes coortes anteriores falharam em demonstrar miocardite e pericardite em infectados por COVID. É o caso do estudo “The Incidence of Myocarditis and Pericarditis in Post COVID-19 Unvaccinated Patients—A Large Population-Based Study“, publicado em 2022. Esta pesquisa levantou dados de 196.992 adultos não vacinados após infecção por COVID-19. O estudo envolveu membros do Clalit Health Services, de Israel, infectados entre março de 2020 e janeiro de 2021.
Desinformação do Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde, em uma postagem no X (Ex-twitter), afirma “que quem se vacinou contra Covid-19 tem menos chance de desenvolver miocardite”. O Ministério da Saúde desinforma ao fazer essa afirmação.
Fonte
OpenSAFELY: Effectiveness of COVID-19 vaccination in children and adolescents | medRxiv