No estudo inicial da vacina da Pfizer, publicado no New England Journal of Medicine, com cerca de 44 mil pessoas, sendo 22 mil no placebo e cerca de 22 mil na vacina, morreu mais gente por todas as causas no braço vacina que no braço placebo. De início, era 15 a 14. Logo depois, ao atualizarem esse número na FDA, agência regulatória norte-americana, o número foi para 21 a 17. Agora, sem nenhuma surpresa, na atualização mais recente, ficou pior ainda e já é 22 a 16.

“Encontramos evidências de um aumento de mais de 3,7 vezes no número de mortes devido a eventos cardíacos em indivíduos vacinados com a BNT162b2 em comparação com aqueles que receberam apenas o placebo”, escreveram os cientistas na última atualização.

Depois da aplicação em massa do produto, como era de se esperar, um excesso de mortalidade populacional foi registrado. Na Lancet, o periódico científico de maior impacto do mundo, fizeram uma análise dos dados do Reino Unido: excesso de 7,2% em 2022 e de 8,6% em 2023. O destaque? Doenças cardiovasculares. A comparação foi com 5 anos anteriores.

E sabem o que foi mais interessante neste levantamento da Lancet? Foi o aumento de mortes em casa, ou seja, mortes súbitas. Nem deu tempo de ir ao hospital. Foram impressionantes 22% de aumento.

As empresas de seguro de vida dos EUA, os que pagam as contas e não tem como ficar tampando o sol com a peneira, também constataram a mesma coisa: mais mortes inexplicáveis de pessoas novas desde 2021.

Bem, como todos estão vendo muitas pessoas morrendo repentinamente e outras com doenças cardiovasculares, a grande imprensa precisou falar de infartos e mortes súbitas. O assunto foi para as manchetes. Eles precisavam explicar.

Normalização

Aqui, a coletânea de manchetes na grande imprensa nacional e internacional com as explicações mais curiosas.

Para o Wales Online, do País de Gales, o que está causando os infartos é o aumento na conta de luz:
Aumento do preço da conta de energia pode causar ataques cardíacos e derrames, diz TV GP

Já o Express, do Reino Unido, diz que a causa de infartos é o heavy metal e o techno:
Fibrilação atrial: dois gêneros musicais ligados a arritmias cardíacas “potencialmente perigosas”

Na Revista Veja, a causa dos infartos é o aquecimento global:
Com mundo mais quente, aumenta o impacto das mudanças climáticas na saúde

Por outro lado, CNN Brasil, o real culpado não é o calor, mas o frio:
Doenças cardiovasculares podem aumentar até 30% no inverno; veja cuidados

Já para Daily Mail, do Reino Unido, é sim, o frio, mas o problema só dá se remover a neve:
Especialista alerta que remover neve pode ser uma forma mortal de descobrir condições cardiovasculares subjacentes, já que forçar o coração com atividades físicas pode causar morte súbita

No The Times of India, a culpa não é do frio, mas do calor mesmo, mas junto com umidade:
Ataques cardíacos são mais frequentes quando o calor e a umidade são altos: estudo

No The Guardian, do Reino Unido, a culpa é, na verdade, da chuva:
Inundações associadas ao aumento de mortes por doenças cardíacas e pulmonares, mostra pesquisa liderada pela Austrália

No Express, do Reino Unido, não tem nada a ver com o clima. A culpa dos infartos é a louça suja:
Lavar a louça ajuda a eliminar o risco cardíaco

No Express do Reino Unido, o mistério foi resolvido. O culpado dos infartos é pular o café da manhã:
Ataque cardíaco: pular o café da manhã aumenta o risco?

No The Sun, do Reino Unido, o motivo do excesso de infartos é porque você faz muito cocô:
FATOR DE RISCO: A frequência com que você vai ao banheiro todos os dias pode “prever o risco de ataque cardíaco”

No The Times, do Reino Unido, a causa dos ataques cardíacos é ser solteiro:
Mulheres idosas solitárias correm maior risco de ataque cardíaco, mostra estudo

Por outro lado, o Wales Online, do País de Gales, diz que, na verdade, o motivo do povo morrer de mal súbito é o contrário. É porque o pessoal namora:
A idade média da morte súbita durante o sexo é 38 anos – por que isso acontece

Já o The Independent, do Reino Unido, explica que a verdadeira causa são os namoros conturbados:
Um relacionamento feliz melhora a saúde do coração, afirma novo estudo

Já na News19, dos EUA, a causa dos aumento de infartos é terminar os namoros:
Os médicos dizem que a ‘Síndrome do Coração Partido’ é real e pode ser mortal

Na Isto é, a causa dos problemas cardiovasculares é não fazer exercícios e assistir muita TV:
Assistir TV pode aumentar o risco de coágulos sanguíneos, aponta estudo

Já o Irish Times, da Irlanda, diz o contrário, que o culpado é fazer exercícios:
A atividade física pode aumentar o risco de ataque cardíaco, sugere estudo

Segundo a British Heart Foundation, a causa é o sono errado. É porque as pessoas dormem pouco ou muito:
Dormir pouco ou demais aumenta o risco de doenças cardíacas?

No The Sun, do Reino Unido, a causa tem, sim, a ver com o sono, mas por causa do horário de verão:
Adiar os relógios uma hora pode ser perigoso para milhões de britânicos com sérios problemas cardíacos

Já para o Canaltech, do Brasil, o culpado dos infartos não é o horário de versão, mas sim a luz acesa:
Dormir de luz acesa aumenta risco de doenças cardíacas e diabetes; entenda

Para o Express, do Reino Unido, a causa dos infartos são os alimentos industriais “sem gordura”:
Ataque cardíaco: o alimento “saudável” que pode “colocá-lo em risco de doença cardíaca”

Segundo o The Standard, do Reino Unido, o que está causando infartos é o stress:
Até 300.000 pessoas enfrentam doenças cardíacas devido ao transtorno de estresse pós-pandemia, alertam os médicos

No North Wales Chronicle, da Austrália, o culpado dos ataques cardíacos são adoçantes artificiais:
Adoçantes artificiais encontrados em bebidas dietéticas podem aumentar o risco de ataque cardíaco – pesquisa

No The Sun, do Reino Unido, o culpado foi descoberto recentemente pelos cientistas. É o resfriado comum:
O resfriado comum pode desencadear um distúrbio mortal do coágulo sanguíneo, descobrem os cientistas pela primeira vez

O Express, do Reino Unido, colocou a culpa dos AVCs no transtorno obsessivo-compulsivo:
AVC: Pessoas com uma doença comum podem ter “três vezes” mais probabilidade de sofrer um AVC

No Express, do Reino Unido, o culpado é a dieta sem glúten: 
Ataque cardíaco: a dieta “saudável” que pode “aumentar” o risco de ter um ataque cardíaco

O The Scientist, dos EUA, o culpado dos infartos e avcs é o barulho de carros, aviões e trens:
Como o ruído ambiental prejudica o sistema cardiovascular

Segundo o UOL, do Brasil, o culpado do aumento de infartos e AVCs são eleições:
Como eleições aumentaram casos de infarto e AVC nos EUA: existe o mesmo risco no Brasil?

No New York Post, dos EUA, as mortes súbitas infantis são causadas pelo videogame:
Videogames podem causar problemas cardíacos fatais em crianças: estudo

Segundo o Today, dos EUA, mortes súbitas infantis são, realmente, coisas comuns:
Todas as crianças devem ser examinadas quanto à possibilidade de parada cardíaca súbita, diz o grupo

Segundo o Today, dos EUA, a causa é que as pessoas estão com raiva ou perturbadas emocionalmente:
O AVC pode ser desencadeado por raiva, perturbação ou exercício intenso na hora anterior

No Daily Mail, do Reino Unido, a causa dos infartos é tomar sol um dia só:
Tomar sol por apenas UM DIA aumenta o risco de doenças cardíacas – e impede o corpo de combater infecções, segundo estudo

Já para o The Times, do Reino Unido, todos listados acima estão errados. Só se sabe que está acontecendo, mas o motivo é um mistério:
Aumento misterioso de ataques cardíacos devido a artérias bloqueadas

A New Scientist, dos EUA, confirma que realmente é um mistério. Ninguém sabe o motivo:
Há milhares de mortes a mais no Reino Unido do que o normal e não sabemos por quê

E apesar de ser um mistério, e que, portanto, pode ser tudo, absolutamente qualquer coisa, o Governo brasileiro já me garantiu que uma coisa, pelo menos, não é:
É falso que vacinas contra Covid-19 causem mal súbito

Mas não é para as pessoas se preocuparem, porque segundo o site especializado em saúde e ciência Revyuh News, dos EUA, na verdade, é benéfico ter um ataque cardíaco:
Novo estudo revela benefício chocante do “ataque cardíaco”