A história contada pelo Dr. Michael do Nascimento Correia através dos números oficiais de SRAG divulgados pelo opendatasus. O eixo horizontal dos gráficos é a semana epidemiológica de 2021. Um dos gráficos mostra o total de SRAG e o outro apenas o total de SRAG notificado como covid (são muito similares) no Hospital Regional José Mendes em Itacoatiara. Esse hospital recebeu praticamente só pacientes do braço tratado do estudo da proxalutamida (104 pacientes tratados e 8 pacientes controle). Segundo tabelas do estudo, a mortalidade no grupo tratado foi de 13.5% nesse hospital (11% em todos os centros do estudo) e a mortalidade no grupo controle foi de 50% nesse hospital (49.4% em todos os centros do estudo).
Comparem esses dados do estudo com os gráficos e a tabela que foram produzidos com dados oficiais, não com dados dos autores do estudo (exceto pelo dado sobre o número de pacientes em cada grupo do estudo por semana epidemiológica). Esses dados não devem ser levados 100% a sério, há uma “margem de erro” – o que foi registrado como data de hospitalização pelos autores do estudo pode nem sempre bater exatamente com o que foi notificado no opendatasus como data de internação e pode haver alguns pacientes que nem foram notificados para o opendatasus. Era uma situação caótica, então fácil haver algum erro de preenchimento. De todo modo, esses dados são uma boa aproximação da realidade.
Vejam como a mortalidade despenca na semana 5 e especialmente na semana 6, quando começamos a ter muitos pacientes recebendo proxalutamida. A mortalidade volta a aumentar à medida em que o estudo vai acabando. Não volta a ser tão ruim como era no pico da onda, com o hospital sobrecarregado, mas volta a subir.
Entrevista:
Veja a entrevista com o Dr Michael Correia, onde ele relata como ocorreu o braço do estudo em Itacoatiara, a 250km de Manaus.