Filho de médico e de pastora metodista, sempre carreguei a misericórdia em minha alma.

Quando na pandemia, percebi que muitos estavam morrendo em UTI sem tratamento eficaz. Eu, como ortopedista pediátrico, disse a mim mesmo: “faça algo”.

Fui estudar, acompanhar grupos de colegas que queriam ajudar. Participei de protocolos como o do Paraná Vencendo o Covid.

Ofereci meus talentos dados por Deus como médico. Lembrei da fala do meu pai, que dizia durante meu curso de medicina: “seja o melhor que puder ser enquanto passar por cada especialidade na faculdade”.

Quando saí da Universidade Estadual de Londrina, em 1995, eu me tornei um médico capacitado. 

Decidi apoiar a causa. Fiz duas palestras na Câmara de vereadores de Londrina na época, entre 2020 e 2021. Consegui convencer opositores sobre a importância da liberdade de escolha no tratamento da Covid-19. Com exceção de um vereador apenas, que votou contrário.

Eu falava muito da responsabilidade do tratamento ser integral e não apenas precoce: tratar o corpo, alma e espírito.

Suplementação, sol, vitamina D, atividade física, descanso noturno adequado, alimentação mais natural possível, verde, natureza e principalmente confiar em Deus e em Sua Palavra. Ou seja, seguir exatamente o que Deus criou e planejou para a humanidade: a prosperidade integral, em todas as áreas da vida.

Foi o que pratiquei nos tratamentos que assumi, porém alguns médicos não gostaram. Recebi algumas denúncias desses no CRM PR, onde jamais havia recebido nestes 28 anos de formação médica, incluindo pacientes.

Em todas as denúncias, o mesmo tema: autonomia médica. “Pode haver interação medicamentosa”, “incongruência”, “exagero em tratamento de doença viral”.  Basicamente, a autonomia médica estava sendo questionada e perseguida. Para minha surpresa,  quem se levantou contra esta posição do CRM PR foram os próprios pacientes que tratei.

Quando fui interditado cautelarmente em julho de 2021, em meu apoio, em apenas duas semanas, 7800 pessoas assinaram um abaixo assinado. Isto me surpreendeu bastante. E num recurso que ganhei por 19 a 0 no Conselho Federal de Medicina, a suspensão cautelar total foi revogada em novembro do mesmo ano.

Foi quando pude voltar a exercer novamente a medicina de forma plena, inclusive a COVID. Fiquei sem trabalhar e receber meu salário como médico durante 4 meses. 

Não posso me esquecer, em primeiro lugar, de Deus, que me deu a força de permanecer em pé, mesmo sendo derrubado ao chão em julho de 2021.

Também não esqueço jamais de muitos  médicos de todo o Brasil que ajudaram a mim e a minha família financeiramente durante este período. Também não posso me esquecer de muitas pessoas das igrejas que oraram e intercederam pela minha vida e da minha amada esposa que foi e é a minha advogada do início de tudo até o fim. É bom ser casado com advogada.

O dia 5 de julho deste ano, às 13h30, teve início ao meu primeiro julgamento de uma série do mesmo tema: autonomia na prescrição médica.

A Relatora deu um show. Fui absolvido e abriu- se precedente  para a defesa do direito de liberdade na prescrição médica. 

Lembrei da Declaração de Helsinque. O meu paciente deste processo era minha testemunha de defesa. Ele melhorou, foi curado depois de um comprometimento do pulmão de cerca de 50% de vidro fosco. A última tomografia pulmonar demonstrou resolução completa da pneumonia.

Para minha surpresa, o paciente havia feito, quatro depois, uma meia maratona de 10 km após este grave comprometimento pulmonar. A outra surpresa é que a relatora falou da importância do tratamento integral, o qual eu acredito. 

O ser humano precisa ser tratado de forma plena. Não somente precocemente. Que os conselheiros possam agir desta maneira em todos os Conselhos Regionais de Medicina do Brasil.

Todos os médicos precisam ser livres e seus tratamentos respeitados, para que a medicina avance em benefício da humanidade.


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