Para quem não chegou a ver, Olavo Amaral (mini bio no fim da coluna) escreveu um texto bacana no Nexo sobre a ivermectina: “A ivermectina é comprovadamente inefica… ops“.

Ele já havia escrito anteriormente sobre a hidroxicloroquina: “Checagem de fatos científicos: crônica de um fracasso anunciado“.

Eu conversei umas poucas vezes com ele e leio de vez em quando algo que ele escreve. É visivelmente um sujeito inteligente e honesto e entende estatística melhor do que a média dos profissionais das áreas médica e biológica. Não é um desses bobalhões deslumbrados com a academia e entende ao menos que nem tudo é lindo e maravilhoso. Suas análises não se limitam a essas bobeiras de conferir impact factor de revista e recitar a conclusão do autor como se esse fosse uma divindade (“o próprio autor falou”, nossa, que coisa).

Nós concordamos sobre bastante coisa no assunto do “tratamento precoce”, provavelmente mais do que discordamos. Ele não é um demente obcecado como eu que passou 4 anos dedicando um tempo absurdo a esse assunto e não tem o mesmo repertório de técnicas estatísticas que eu, mas ele fez a sua lição de casa e sabe o suficiente sobre estatística básica e pesquisa clínica para formar uma posição educada sobre o assunto. Eventuais discordâncias provavelmente poderiam ser resolvidas numa conversa ou, ao menos, se não resolvidas, poderia se chegar a uma conclusão de porque discordamos em algum ponto.

Por ter escrito algo razoavelmente sensato, está recebendo ataques da turba militante sem noção que passou a pandemia espalhando chorume falando em nome da Ciência (já tem um até chamando ele e o Pablo Ortellado de bolsonaristas – acho que essa não vai colar, os dois são bem de esquerda). Parte dos ataques vem também de pessoas que simplesmente não prestaram atenção no que ele escreveu e que não entendem que suas conclusões são extremamente modestas e não se fundamentam no resultado de um único estudo.

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