É notória a predominância do materialismo em nossa época. Esta influência provocou, inegavelmente, a condução da medicina e da ciência em direção divergente ao anseio mais profundo do ser humano de integração entre matéria e espírito.

Fatos cada vez mais consistentes revelam que, sistematicamente, procedem para provocar o cancelamento da cultura médica e a subserviência de médicos e cientistas aos ditames e à lógica perversa dos inimigos da humanidade. Mas as condições para esta predominância do materialismo já estava sendo desenvolvidas há séculos, como foi esclarecido por Rudolf Steiner (1861-1925) em sua palestra proferida em 02 de janeiro de 1916 (Dornach, Switzerland):

“Talvez ainda não possamos fazer nada em nossa época para deter o curso do tom materialista não-livre do dia. Pois, se o mundo prosseguir em sua evolução de acordo com os desejos desse impulso materialista, entraremos gradualmente em uma evolução na qual não apenas ninguém será proibido de fazer qualquer coisa pela saúde da humanidade a menos que seja certificado, mas ninguém será autorizado dizer uma palavra sobre a ciência de qualquer tipo, exceto aquele que fez o voto de falar apenas de coisas que são patenteadas com o selo da ordem materialista de pensamento.

Atualmente, a restrição das coisas proibidas não é muito sentida. Mas está chegando o tempo em que, assim como todo esforço para a cura da humanidade que não seja carimbado e certificado será proibido, também será proibida toda palavra que for dita fora da forma patenteada e garantida pelos poderes materialistas.

Se as pessoas não perceberem todo o curso do que está acontecendo, elas entrarão a pleno vapor nessa futura “liberdade”.

É imprescindível reconhecer que a entidade humana é constituída de corpo, alma e espírito, ou seja, dimensão física, emocional e individualidade espiritual. Precisamos sair do campo das imposições materialistas e adentrar no diálogo ampliado sobre a vida, a saúde e a espiritualidade. Apenas este gesto decisivo salvará a humanidade que vive em cada um de nós.

Fonte: Percebendo e lembrando – GA 165 Rudolf Steiner 02/01/1916

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Dra. Ana Cristina Cardoso Lemos Malheiros é médica psiquiatra e atroposófica com 35 anos de atuação na psiquiatria