De tudo que acompanho desde o começo da pandemia, uma coisa já aprendi. O fato incontestável, para mostrar que sempre houve tratamento da COVID-19, são os resultados dos médicos da linha de frente que ousaram tratar os doentes infectados pelo vírus durante toda a pandemia.

Não existe conversa sobre “duplo cego”, sobre “fator de impacto”, ou revisão por pares que se mantenha de pé quando um médico tratou centenas ou milhares de pacientes, teve pouquíssimas internações e zero, ou quase zero óbitos. E todos que trataram tiveram resultados semelhantes.

Leigo ou especialista, diante desses dados, entende a eficácia. Alguns, os que compraram a narrativa que os tratamentos jamais foram comprovados, se incomodam profundamente diante dos números. Isso só ocorre porque todos entendem. 

Baseado nisso, já contei histórias de alguns médicos e seus números: escrevi um texto sobre o Dr Cadegiani, com 3,711 pacientes tratados durante toda a pandemia. Entre eles, houve apenas quatro internações, uma única intubação e zero óbitos. Não é necessário, obviamente, dar placebo para outras 3,711 pessoas, ver dezenas morrerem, apenas para concluir que sim, COVID-19 é uma doença perigosa, certo?

Em outro artigo que escrevi: “Hidroxicloroquina: o mundo perdeu a noção de risco e benefício“, falei dos resultados do médico norteamericano Brian Procter. Ele atendeu 489 infectados. Entre os pacientes, houve apenas seis internados e um único óbito, sendo que 320 dos pacientes eram de risco: tinham mais de 50 anos ou pelo menos uma comorbidade. E Procter só teve esse único óbito porque o paciente buscou atendimento após muitos dias do início dos sintomas.

Em outro artigo, citei os médicos norteamericanos George Fareed e Brian Tyson. Eles trataram precocemente 3,962 pacientes COVID e tiveram apenas duas hospitalizações e nenhum óbito. Entre os 413 que já estavam com muitos dias de sintomas quando buscaram tratamentos, os óbitos também foram incrivelmente baixos: apenas 3.

Baseado nisso, há alguns meses, escrevi, de modo sarcástico, o artigo “Não assista o vencedor do Oscar ‘Clube de Compras Dallas’“. O filme, lançado em 2014, conta a história da AIDS. Um resumo? Desde o meio da década de 80, já havia tratamento para a doença com medicamentos genéricos, baratos e sem patentes. Mas as autoridades governamentais em conluio com grandes indústrias farmacêuticas estavam apenas interessadas em promover medicamentos caros e patenteados, como o AZT, o medicamento mais caro da história, que mais matava do que ajudava. Para isso, os médicos que tratavam com os medicamentos reposicionados eram perseguidos, perdiam suas licenças, a polícia os perseguia e aqueles que promoviam os tratamentos só encontravam barreiras em suas vidas.

As autoridades, na época, vieram com o mesmo papo: “estudo randomizado”, “revisão por pares”, “comprovação científica”. Os estudos nunca eram bons e as evidências sempre insuficientes, não importando quantas eram. Mas os que eram tratados, não morriam em decorrência da AIDS. E todo mundo, assistindo ao filme, entendeu que os tratamentos eram eficazes, afinal, parou de morrer gente. 

No artigo, faço todos os paralelos óbvios com a COVID-19. Os chamados hoje de “teóricos da conspiração” – as pessoas que falam da eficácia de medicamentos como ivermectina, hidroxicloroquina, entre outros – na verdade, não falam nenhuma teoria de conspiração. Falam apenas que a história está se repetindo. Até porque ninguém foi penalizado na AIDS para que a história não se repetisse. Na história, epidemias são sempre resolvidas por médicos da linha de frente, não por grandes indústrias farmacêuticas.

E ninguém, assistindo ao filme, fica com dúvidas de quem são os heróis e quem são os vilões. E com o roteiro na cabeça, e eu sabendo que os resultados de médicos com zero ou quase zero óbitos, fazem todos entenderem, voltei a escrever sobre essas histórias e números. É o início de uma série.

Na semana passada, escrevi sobre o Dr Raphael Furtado, que tratou 170 pacientes COVID-19, teve apenas uma internação e zero óbitos. Ele foi xingado de “negacionista da ciência”, foi chamado de charlatão, entre outras ofensas. Ele, inclusive, perdeu seu pai, médico, para a doença, porque nem ele acreditou no que o filho dizia. Na média, era para pelo menos três pessoas terem morrido. O Dr Raphael só não conseguiu tratar mais pacientes porque não conseguiu encontrá-los. 

Para mim, a pandemia de COVID-19 é a maior história a ser contada desde a segunda guerra mundial. De lá para cá, foi o evento que mais gerou pavor e medo no mundo, a ponto de pará-lo completamente.

E conversando com um amigo médico, professor de medicina, sobre a história do Dr Furtado, um herói, perguntei: “Quais histórias nossos inimigos têm para contar?”.

Sabemos sobre o poder das grandes corporações. A indústria farmacêutica possui o maior lobby do mundo, três vezes maior que o da indústria do petróleo. E, certamente, não é o lobby da saúde e do amor. A BMJ, uma das mais conceituadas revistas científicas do planeta, com quase duzentos anos, chegou a perguntar se os órgãos reguladores não estão comprados. Afinal, esse órgão e seus diretores, assim como muitas associações de especialidades médicas, são financiados pelas indústrias. A EMA (Agência Europeia de Medicamentos), por exemplo, possui 89% de sua renda proveniente da indústria farmacêutica; a OMS também recebe muito dinheiro delas e ainda mais das fundações filantrópicas de famílias megabilionárias acionistas dessas mesmas empresas. 

É claro que muitos médicos e leigos também resolveram defender a narrativa oficial afastando os doentes do tratamento precoce, mas como trabalho voluntário.

No futuro, que histórias honrosas essas pessoas terão para contar para seus filhos e netos? Dirão algo assim: “Durante a pandemia, todas as opiniões que eu tinha, absolutamente todas, ajudaram nos lucros das grandes corporações farmacêuticas. Nada que eu disse atrapalhava a narrativa deles”.

E continuarão: “Juntei gente para denunciar e derrubar as contas de redes sociais de todos os médicos que contavam seus resultados”. E dirão, orgulhosos, aguardando os sorrisos das crianças: “Comemorei quando essas pessoas foram censuradas”.

Fazendo pose de velhos sábios, em frente à lareira, contarão: “Fiz vídeos para o canal de uma importante universidade desqualificando todos os estudos da ivermectina. Depois assumi que eu sequer havia lido o estudo”.

Esperando que os netos os chamem de heróis, contarão: “Ensinei na televisão que era para ofender e levantar a voz para quem não estivesse usando máscaras. Diversas pessoas morreram nas ruas devido às brigas que começaram com isso. Foi ótimo. Mesmo que a eficácia das máscaras jamais tenha sido comprovada”.

Outro, já com os cabelos brancos, contará seu exemplo para seu filho buscando orientações paternas: “Eu era professor de medicina baseada em evidências, mas confundi estudo em profilaxia com estudos de pacientes hospitalizados para dizer que os medicamentos seguros, baratos e reposicionados não funcionavam. Consegui evitar que muitos doentes fossem tratados. Foi ótimo”.

Outro, na hora do filho dormir, pedindo para o pai contar histórias de ninar, explicará, orgulhoso, sobre sua atuação na pandemia: “Não me importei quando pessoas não foram atendidas nos hospitais porque não queriam ser inoculadas com produtos genéticos experimentais . E comemorei quando o Novak Djokovic, um dos maiores tenistas da história, foi impedido de participar de torneios porque recusou ser vacinado”.

Outro, querendo que o neto siga a carreira acadêmica do avô, contará: “Desqualifiquei estudos de medicamentos genéricos, baratos e sem patentes, como o da ivermectina em Itajaí, que só é possível desqualificar refazendo os cálculos, porque os dados são públicos, apenas ofendendo os autores. Para isso, bastou eu me apoiar na falta de recomendação das agências reguladoras capturadas pelas indústrias, que só recomendam medicamentos de quem os patrocina, igualzinho na época da AIDS. É muito fácil ficar do lado do lobby da big pharma. Mesmo quando tinham 16 estudos em profilaxia e todos, por unanimidade, eram positivos”.

Com os netos curvados para frente, na expectativa de ouvirem a sábia atuação do avô durante a histórica pandemia, vai finalizar: “Para fazer tudo isso, tive que ignorar solenemente todos os resultados dos médicos que tinham milhares de pacientes com zero óbitos e todos os estudos científicos. E ainda os chamei de negacionistas”.

Enquanto nossas histórias são dignas dos melhores roteiros do cinema, nossos inimigos podem construir um monumento à mediocridade. 

Suas atitudes caem mal em qualquer momento importante da história.


 

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