Afinal, quais evidências existem? Qual é mais frequente?
Para falar sobre esse tema escolhi essa revisão de 2023 porque aí constam os dados, independente das falácias que os autores queiram defender.
Nela, os autores defendem que é mais frequente a miocardite por COVID que por vacina.
Será? É isso o que as evidências nos dizem?
Lendo a revisão, vocês vão ver que a miocardite por doença está intimamente relacionada com a inflamação pulmonar. E o tratamento de uma é o mesmo da outra.
Ou seja, em pessoas onde existe pouca probabilidade de inflamação, caberia esperar pouca miocardite. Assim como em cepas com menor probabilidade de inflamação pulmonar também haveria menos probabilidade de miocardite.
E é o que acontece. Nas primeiras cepas, até a delta, havia, sim, mais miocardite, mas nas posteriores a probabilidade é muito baixa pela própria cepa que não é “eficaz” para isso.
Acrescentamos à baixa probabilidade das cepas que circulam agora (lembrem que já não existem mais cepas anteriores, foram extintas) a que a maior parte da população sadia menor de 60 anos têm baixo risco de inflamação pulmonar.
Entende-se que hoje em dia a maior parte da população terá pouca probabilidade de miocardite por doenças.
E isso é exatamente o que os dados dizem. Na revisão citam que “a partir de 2021 houve relatos de miocardite por ômicron”. A bibliografia disso são 2 relatos de casos até o momento, em 2 anos de ômicrom.
Eles comparam as taxas de miocardite por doença na cepa original, que era maior e nem existe mais, com miocardite por vacina no período de 1990 a 2021, quando se iniciava a vacinação C0VID. Além de diluir bastante o resultado se contamos como casos/100mil vacinados ou qualquer unidade assim.
Utilizando essa falácia eles fazem sua conclusão.
É vergonhosa a maneira como profissionais que deveriam ser respeitáveis utilizam as estatísticas para mentir.
Por outro lado a miocardite por vacina é imprevisível.
Que país civilizado decide suas políticas de Saúde Pública em relatos de caso ou em cepas que não existem mais?
Fonte:
COVID-19, Myocarditis and Pericarditis