A SBP – Sociedade Brasileira de Pediatria, publicou, no dia 25 deste mês, uma nota especial sobre a vacinação em crianças. Eles recomendam extensão do uso da vacina Coronavac, contra a Covid-19, para crianças a partir dos três anos de idade.

Depois de citarem alguns dados, recomendam a compra para o Ministério da Saúde. “Cabe ao MS do Brasil, agora, a aquisição das doses de vacina necessárias para a imunização”, afirmam.

O primeiro argumento para pedirmos cautela é que a Covid-19 não é uma doença de crianças e adolescentes saudáveis. Isso precisa ser levado em consideração quando há riscos, mesmo quando eles não são excessivamente altos. Mas afinal, o que dizem os últimos estudos?

Os dados desanimadores publicados na NEJM

Nos tempos de omicron, com vacinas baseadas ainda em variantes muito antigas do vírus, a conta é outra. É necessário ver as evidências de hoje. Para analisar isso, vamos ao estudo “Effectiveness of BNT162b2 Vaccine against Omicron in Children 5 to 11 Years of Age”, publicado no periódico New England Journal of Medicine, agora, dia 20 de julho, que avaliou a eficácia e segurança das vacinas mRNA em crianças de Cingapura.

Os dados foram coletados entre 21 de janeiro de 2022 até 8 de abril de 2022 em Cingapura, em crianças de 5 a 11 anos. O total de crianças era de 255.936. Totalmente vacinados eram 67,7% (173, 268). Parcialmente vacinados, 12% (30.712). Não vacinados, 20,3% (51.995). Foram 53.429 infecções, sendo 5.342 confirmados por PCR. Ocorreram 288 hospitalizações. Entre as crianças hospitalizadas, apenas 5 (cinco) precisaram de oxigênio suplementar e 4 (quatro) precisaram ser admitidas na UTI.

Destas cinco crianças em situação mais grave, apenas uma não foi vacinada, duas foram parcialmente vacinadas e duas foram totalmente vacinadas.  Sim, isso mesmo. 80% das crianças que agravaram estavam vacinadas. Além disso, nenhuma morte foi atribuída a Covid-19. Nenhuma, demonstrando o de sempre: não é uma doença que atinge especialmente crianças.

Nós, do MPV – Médicos Pela Vida, não estamos minimizando as 288 hospitalizações. Cada uma delas representa um drama familiar entre as 255 mil crianças da Cingapura. Entretanto, os números não mentem. Das apenas cinco crianças que precisaram de oxigênio, 80% eram vacinadas contra a Covid-19 e nenhuma morreu. Ou seja, este estudo não mostrou evidências de que as vacinas reduzem a chance de uma criança precisar de oxigênio.

Por outro lado, para colocar na balança de risco e benefício, 22 crianças tiveram eventos adversos graves após a vacinação. Isso é um número um pouco maior que quatro vezes de uma criança precisar de suplementação de oxigênio.

Os autores concluíram corretamente: “Os resultados deste estudo podem fornecer insights para permitir que os tomadores de decisão avaliem os benefícios em relação aos riscos potenciais da vacinação de crianças”.

Eficácia contra infecção cai dramaticamente em pouco tempo

No mesmo estudo, sobre a eficácia de redução de infecções, os números foram: entre 15 e 29 dias, 37.6%. De 30 a 59 dias, 28.5%. E 60 dias ou mais, 25.6%. Isso coincide com um estudo recentemente publicado na Lancet, que afirmou que a eficácia da vacina infantil caiu para 21% em pouco mais de um mês.

A análise é simples. Entendemos que as pessoas têm medo da Covid-19. Entendemos a vontade das pessoas de evitarem a doença, mas não vale a pena usar crianças como escudo humano para tentar barrar a doença. A eficácia é muito baixa e cai muito rapidamente. A sociedade não deve usar as crianças, principalmente quando elas correm riscos muito maiores de terem um efeito colateral grave do que adoecerem a ponto de precisarem de oxigênio. A análise de risco e benefício mudou.

Implicações legais

“O problema é que se colocarem essas supostas vacinas no PNI (plano nacional de imunizações) os pais que se recusarem estarão automaticamente à margem da sociedade e poderão ser considerados infratores”, comentou o Dr Jandir Loureiro, dirigente do MPV. 

Posição do MPV: Suécia, Noruega, Reino Unido e México fizeram o certo

Tentamos achar, na nota da Sociedade Brasileira de Pediatria, as referências para os dados de eficácia do Chile que eles citam. Não achamos. O documento está confuso. Entretanto, é sabido que a eficácia da Coronavac é ainda menor do que as injeções mRNA, que já trazem resultados decepcionantes. (são os dois estudos de eficácia na vida real citados aqui, publicados na NEJM e na The Lancet). E mesmo assim querem efetivar a obrigatoriedade de qualquer jeito.

O posicionamento do MPV é sempre pela autonomia do médico em prescrever e pela liberdade de escolha dos pacientes em aceitar ou não. Por isso, insistimos na necessidade do esclarecimento adequado sobre o caráter experimental das inoculações, de o médico pediatra prescrever a injeção e os pais assinarem o termo de consentimento informado para a aplicação em crianças.

Nós, do MPV, entendemos a Suécia como correta. Em matéria da Agência Estado, de janeiro, a manchete foi esta: “Covid: Suécia vai contra OMS e não recomenda vacina para crianças de 5 a 11 anos”. Eles citaram Britta Bjorkholm, oficial da agência de saúde do país. “Com o conhecimento que temos hoje, com baixo risco de doenças graves para crianças, não vemos nenhum benefício claro em vaciná-las”, disse.

Noruega e México, pelos mesmos motivos, também não recomendam, informa notícia publicada no Gazeta do Povo em fevereiro deste ano. O Reino Unido também fez o que consideramos correto. Em notícia recente, de julho, o portal R7 informou: “os imunizantes só serão oferecidos a menores de 18 anos em certas situações, como pessoas com problemas de saúde subjacentes”.

Além disso, de acordo com o WCH – World Council for Health e o Congresso Mundial sobre Covid19 realizado no início deste mês de julho, o MPV, principalmente agora, diante de mais esses novos dados na Omicron, declara a necessidade de imediata suspensão das injeções Covid-19.