O Brasil foi exemplo para o mundo no combate à poliomielite. O último caso de Pólio registrado no país foi em 1989. Isso só foi possível graças a estratégia de vacinação aprimorada em 1980 e adotada no Programa Nacional de Imunizações (PNI), oficializado em 1975. Porém, o Brasil iniciou o uso da vacinação anti-pólio em 1955 (de forma incipiente) e abrangida pelo Ministério da Saúde, desde 16 de julho de 1961.

A doença e a vacina

A Poliomielite, também chamada de paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelos poliovírus, que podem infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes e provocar ou não paralisia. O país padece da falta de saneamento básico e o risco de retorno da doença existe, e precisa ser minimizado.

A descoberta da vacina da poliomielite se deu por meio de estudos que duraram mais de 40 anos, abrindo espaço para um programa global de erradicação da doença. A vacina foi amplamente testada, conviveu com diferentes formas de aplicação, com acertos e erros em seu uso em massa e no acompanhamento epidemiológico, e pode ser considerada segura. Existem dois tipos de pólio: a paralítica e a não paralítica, e pode causar a paralisia total ou parcial dos membros inferiores. 

A vacina é indicada para prevenir a poliomielite causada por vírus dos tipos 1, 2 e 3. O Ministério da Saúde recomenda a vacinação de crianças a partir de 2 meses até menores de 5 anos de idade, como doses do esquema básico disponíveis em todos os postos de saúde das capitais e das cidades do interior de todos os estados. 

O primeiro inóculo contra a poliomielite foi a vacina inativada contra pólio. Ela foi desenvolvida por Jonas Salk e entrou em uso em 1955. A vacina oral contra a poliomielite foi desenvolvida por Albert Sabin e entrou em uso comercial em 1961, ano em que foi disponibilizada no Brasil pelo Instituto de Tecnologia em Imunológicos Bio-Manguinhos.

Situação atual

Com a queda da cobertura da vacinação contra a Pólio, o Ministério da Saúde, lançou campanha para alertar a população sobre a real possibilidade de retorno da poliomielite e do sarampo no país, e sobre a importância de manter a vacinação em dia para evitá-las. O lançamento ocorreu no dia 26 de agosto deste ano no Instituto Emílio Ribas, em São Paulo.

A Campanha Nacional de Vacinação, contudo, não teve a adesão necessária para manter a segurança recomendável, o que deixou em alerta as autoridades de saúde.  Um exemplo de queda na cobertura vacinal ocorreu em São Paulo, onde até o ano de 2016 a cobertura chegava a 95% da população. Em 2022, até o mês de novembro,  o número de vacinados teve redução de 20%.

O fato do Brasil estar nos trópicos e possuir até hoje problemas graves de saneamento básico nas grandes cidades e no interior, facilita a proliferação das doenças infecciosas.

Toda vacina é boa?

Por outro lado, o uso das vacinas tem se tornado cada vez mais complexo. Existem vacinas eficazes e seguras, e também existem aquelas que não deram certo e foram retiradas de uso. A estratégia de prevenção por esse meio prevê condutas adequadas como estruturação da rede e capacitação de profissionais, conservação, aplicação, controle, vigilância epidemiológica sintonizada em todos os níveis de governo com controle de lotes e monitoramento facilitado de efeitos adversos. A história da vacina contra a pólio no mundo e particularmente aqui no Brasil é um exemplo de como a proposta vacinal precisa de tempo e estudos para chegar a um ponto de excelência, contrastando desde a melhor forma se injetável ou oral, e se contempla ou não os vários tipos do vírus. Temos pela frente o desafio de classificar as vacinas conforme sua composição, eficácia, segurança e efeitos adversos com monitoramento adequado e estudos oficiais e também independentes. E se a repercussão de uma vacina isoladamente é a mesma do uso de muitas delas ao mesmo tempo.

Vacina e saúde: pressuposto de ciência independente

Todo tratamento ou intervenção de saúde requer minucioso acompanhamento científico. E a ciência para existir pressupõe autonomia com debate isento permanente. Recentes intervenções de pseudocientistas escalados pela grande mídia para forçar uma verdade parcial ou uma verdade falsa, profissionais atuando com conflitos de interesses, políticos cerceando a medicina e decisões judiciais equivocadas e politizadas têm prestado desserviço à ciência médica e aos interesses da população brasileira. É necessário um fim a esse estado de coisas.

Vacina contra Poliomielite hoje

Considerando a realidade brasileira no que repercute para a saúde, os Médicos pela Vida – MPV, fazem um apelo aos governantes que invistam em saneamento básico e condições sanitárias gerais para que haja efeitos positivos sobre a Saúde Pública.

Aos pais e responsáveis pelas crianças, recomendamos que procurem os postos de saúde e vacinem as crianças. Ao contrário dos experimentos ainda em fase de teste contra a Covid-19, a vacina contra a Pólio tem se mostrado segura e deve ser utilizada como estratégia de controle dessa doença. Ademais, a vacina Sabin das gotinhas na língua contra a pólio usa a principal via de imunidade: o aparelho digestivo, responsável por 90% da imunidade.

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