Uma pesquisa executada pelo Sou Ciência, um think tank sediado na UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo, feita em conjunto com o instituto Idea Big Data, buscou traçar um perfil das pessoas infectadas pela pandemia e descobrir quantos pacientes fizeram o uso de medicamentos do tratamento precoce. O levantamento informa que 8% da população brasileira de risco, acima de 50 anos, foi tratada ambulatorialmente contra a COVID-19 com hidroxicloroquina, ivermectina ou um cocktail usando os dois medicamentos em conjunto.

Os dados informam, entre outras avaliações, até de cunho ideológico da população, que quase 40% da população brasileira acima de 50 anos teve COVID-19.  A publicação ressalta que os dados de infectados obtidos nessa pesquisa chegaram em números similares aos computados pelo CONASS e Ministério da Saúde, dando confiabilidade aos resultados.

Para chegar ao percentual de pessoas tratadas da COVID-19, uma das questões da pesquisa era se esses pacientes fizeram uso de algum tratamento específico para COVID-19. A pergunta foi genérica, usando o termo “kit Covid”, mas citando nominalmente hidroxicloroquina e ivermectina. 

Com esses dados em mãos, foi possível, por nós do MPV – Médicos Pela Vida, fazermos um cruzamento de dados e gerarmos uma estimativa da quantidade de pessoas salvas.

Metodologia Sou Ciência/Idea

A pesquisa telefônica foi realizada em duas rodadas, nos dias 27 de julho e 10 de agosto de 2022, com 1200 respondentes, entre homens e mulheres residentes em todas as regiões do Brasil. A amostra seguiu cotas variáveis, segundo distribuição da população por região e com proporções definidas com base nas pesquisas PNAD 2021 e Censo 2010/IBGE. A pesquisa possui grau de confiança igual a 95% e margem de erro máxima prevista de aproximadamente 2,85% para mais ou para menos.

Como calculamos a estimativa

Aqui explicamos como cruzamos os dados do Sou Ciência/Idea Big Data, para gerarmos a estimativa.

1 – Segundo os dados do Population Pyramid, que usa diversas fontes, como os relatórios das Nações Unidas, e visa calcular a pirâmide etária brasileira, o Brasil possui, acima de 50 anos de idade, uma população de 54.278.642 pessoas. Portanto, com cerca de 40% de infectados acima de 50 anos (correspondendo a cerca de 21.711.456 de pessoas), aproximadamente 1.736.916 pessoas acima de 50 anos  (8% do total de infectados) foram tratadas com pelo menos um dos dois medicamentos.

2 – Hoje existem 15 estudos sobre o tratamento precoce (até 5 dias de sintomas) com hidroxicloroquina medindo mortalidade como desfecho final. A redução calculada, quando todos os estudos medindo este desfecho são incluídos, é de 72%.

3 – No caso da ivermectina, também em tratamento precoce, são 14 estudos medindo a redução da mortalidade associada ao medicamento. A média de eficácia apurada para a ivermectina, nesta condição, é de 40%.

4 – Calculamos uma média entre ivermectina e hidroxicloroquina, portanto, 56% de redução de mortalidade entre os tratados. 

5 – Combinando dados de mortalidade por idade dos dados da planilha de SRAG do opendatasus, com dados de mortalidade do worldometer e com os dados da pesquisa executada pelo Sou Ciência, pode-se estimar fazendo um cálculo simples que a mortalidade sem tratamento acima de 50 anos é de cerca de 2.8%.

Resultado do cálculo: 27.359 pessoas salvas.

Porque nosso cálculo é conservador

Motivos do porque o cálculo é puxado para baixo. Ou seja, o número de pessoas salvas pode ser ainda maior.

1 – Os estudos que abordam o tratamento precoce administrando hidroxicloroquina e ivermectina em conjunto evidenciam um melhor resultado, mesmo assim estamos jogando a estimativa para baixo, concluindo que cada paciente usou um ou outro medicamento isoladamente.

2 – Os estudos com hidroxicloroquina são mais uniformes nas doses utilizadas, todos trazendo semelhança no resultado final. No caso da ivermectina, os estudos foram variando ao longo do tempo. Na conta geral, incluem estudos desde 12mg em todo o curso do tratamento até 150 mg ao longo de vários dias.

3 – Boa parte dos estudos com ivermectina foram feitos em monoterapia, pois são estudos randomizados e duplo cego. Entretanto, os protocolos divulgados entre os médicos que fazem tratamentos, trocando experiências com outros médicos, sempre associaram mais medicamentos ou suplementos, como zinco e vitaminas, o que aumenta a eficácia do tratamento. Estudos em monoterapia jogam a média para baixo.

4 – Em protocolos completos, segundo os cálculos mais atuais, a redução de mortalidade pode chegar a mais de 90%, como os casos do Dr Cadegiani, com mais de 4 mil pacientes e zero óbitos, ou dos médicos norteamericanos da linha de frente George Fareed e Brian Tyson, com 4,375 pacientes e apenas 3 óbitos.

6 – Ignoramos a população geral fora do grupo de risco, ou seja, as pessoas com menos de 50 anos, o que reduz o número de pessoas salvas. Em nossa estimativa, é como se nenhuma pessoa com menos de 50 tivesse sido tratada. E abaixo de 50, no Brasil, durante toda a pandemia, tivemos mais de 100 mil mortos.

Uma vitória: 8% de tratados do grupo de risco

Mesmo achincalhados pela mídia, muitos médicos brasileiros tiveram a coragem de tratar pacientes com COVID-19. Boa parte deles não são filiados ao MPV – Médicos Pela Vida, entretanto, nós nos sentimos os representando e os defendendo de todos os ataques covardes feitos por uma mídia que apenas sabe repetir, e jamais questionar, decisões oficiais de instituições capturadas que possuem a maioria da sua renda proveniente das grandes indústrias farmacêuticas, como a norte-americana FDA, que possui 65% de sua verba vinda da indústria, ou da EMA – Agência Europeia de Medicamentos, que possui 89% de sua renda vinda da Big Pharma, além da própria OMS – Organização Mundial de Saúde, que possui quase 50% de sua renda também proveniente das grandes corporações farmacêuticas.

Num momento de rara lucidez durante a COVID-19, uma das mais antigas revistas de medicina do mundo, a BMJ – British Medical Journal, publicou recentemente um artigo: “A ilusão da medicina baseada em evidências“. O texto, de uma clareza absoluta, relata como o maior lobby do mundo distorce a ciência para promover seus produtos patenteados, explica como a academia, as pesquisas e os órgãos reguladores foram corrompidos, além de explicar que os cientistas e médicos dissidentes são perseguidos. Tudo criando uma ilusão que se autointitula ciência.

Contudo, o resumo é bastante simples: há, durante toda a pandemia, apenas uma repetição da história. Exatamente o que ocorreu com a epidemia de AIDS nos anos 80, onde milhares foram deixados para morrer por lucro. Na época, assim como hoje, os médicos da linha de frente que resolveram a doença fazendo coquetéis com medicamentos com fortes indícios de eficácia, mas sem evidências científicas definitivas na época, enquanto as grandes indústrias promoviam medicamentos caros e perseguiam os que tratavam a doença. Apesar dos milhares de mortos, nenhuma reforma na ciência médica foi feita.

Neste contexto, termos tratado 8% das pessoas de risco pode ser considerado uma vitória retumbante.

Perfil: os mais pobres são os mais prejudicados

Com a grande mídia apenas reproduzindo decisões oficiais e as redes sociais censurando qualquer um que acuse a OMS de ser corrupta em suas recomendações, inclusive censurando até agraciados com o Nobel de Medicina, como Satoshi Omura e Luc Montagnier, não foi possível influenciar a opinião pública, aumentar o atendimento além dos 8% e salvar mais vidas brasileiras entre as 686,421 mortes provocadas no país pela COVID-19.

Segundo os dados da pesquisa Sou Ciência/Idea Big Data, os mais pobres sofreram mais. Entre os mais ricos, com renda superior a 6 salários mínimos, incluindo todas as idades, 6% dos infectados foram tratados, enquanto entre os mais pobres, com até 1 salário mínimo de renda, apenas 1% obteve tratamento.

Uma derrota: não conseguimos incluir no SUS

A negligência com os mais pobres ocorreu porque apesar de nós, do MPV, lutarmos para que o SUS – Sistema Único de Saúde, disponibilizasse os medicamentos baratos, genéricos e sem patentes para os pacientes COVID-19, a guerra contra os grandes interesses financeiros dominando as políticas de nosso sistema público de saúde não obteve sucesso generalizado.

Se 80 ou 90% das pessoas tivessem sido tratadas, os resultados seriam de muito mais vidas salvas, na casa das centenas de milhares. Com a censura implantada pela big tech e uma imprensa que recusou fazer seu trabalho, classificando todos que apontam a corrupção nos órgãos reguladores de “espalhadores de desinformação”, não foi possível disponibilizar os medicamentos no SUS, salvo raras exceções, como os municípios de Porto Feliz e Chapecó, que montaram centros de atendimento específicos de COVID-19.

Outras cidades, devido à politização em torno do tema, disponibilizaram apenas por um determinado tempo. É o caso de Silva Jardim, cidade do interior do Rio de Janeiro. A ivermectina foi retirada durante a polêmica CPI da pandemia. Apesar de não constar no protocolo, o medicamento ainda foi disponibilizado até o fim do decreto da emergência pandêmica, mas poucos médicos continuaram prescrevendo. “Quando a CPI da pandemia estava no auge, muitos colegas recuaram e desistiram de prescrever,  mesmo aqueles que acreditavam no seu potencial”, lamenta o Dr Jandir Loureiro, membro do MPV e atuante em Silva Jardim.

Entre diversos exemplos, no mundo todo, de médicos que se mantiveram lutando pelos seus pacientes, está o professor de medicina da UFC – Universidade Federal do Ceará, médico infectologista, Dr Anastácio Queiroz, um dos autores de um estudo revisado por pares mostrando 64% menos hospitalizações com hidroxicloroquina. Em uma audiência na OAB-CE, ainda em 2020, ele implorou que a população carente não ficasse sem tratamento. “O SUS não fornecer o medicamento, eu tenho vontade de chorar”, afirmou. “É de doer o coração, eu fico triste com uma coisa dessas”, complementou já emocionado. (assista). 


 

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