Nunca a autonomia médica esteve tão ameaçada no Brasil como no período da pandemia. Em um contexto de polarização política, o assunto acirrou ainda mais os ânimos. A COVID-19 deixou marcas profundas que estão longe de cicatrizarem.

Mesmo com o fim da ESPIN (Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional), o debate científico a respeito dos tratamentos da COVID-19 permanece interditado e a classe médica dividida. Os desafios se agigantaram agora com a síndrome pós-covid e as reações adversas pós-inoculações. Temas espinhosos postergados ad eternum e tratados como tabu. Jamais deveria ser assim.

Aquilo que começou com uma discussão no melhor estilo Fla-Flu e uma mistura indevida de política e interesses financeiros mercadológicos, produziu consequências nefastas e imprevisíveis. A primeira delas foi uma forte e irreversível cisão dos médicos que tratam COVID-19 e os demais que seguiram orientações de órgãos corruptos.

Agora é a vez do “só as vacinas salvam” e muitos médicos insistem em ignorar as mortes e os efeitos adversos após as injeções de RNA mensageiro. E pior, sequer consideram uma possibilidade de diagnóstico e tratamento. Mais uma vez, os pacientes ficaram em segundo plano. 

Desde o momento que tiraram do médico a responsabilidade de fazer o tratamento individualizado ao passarem para todos os pacientes a mensagem “fique em casa até ter falta de ar”, dando aos pacientes o dever de fazerem eles mesmos seus diagnósticos, seguido da demonização de drogas reposicionadas conhecidas, baratas e sem patentes, a situação jamais voltou ao normal. Agora, passado o turbilhão político, outro interesse passa a ser predominante: o econômico. E por isso, drogas novas, recém lançadas, não comprovadamente seguras e eficazes, mas patenteadas pelas Big Pharmas, devem ser comercializadas, divulgadas e até indicadas pelos órgãos de regulamentação. 

Infelizmente, a perseguição a médicos e cientistas de renome por divergirem da narrativa oficial continua em todo o mundo. Mesmo aqueles com índices de citação elevados, como o Dr. Didier Raoult de Marselha, França, que foi um dos primeiros a estudar o tratamento com hidroxicloroquina, e até mesmo os agraciados com o Prêmio Nobel de Medicina, como Luc Montagnier (em memória), descobridor do vírus da AIDS que defendeu vigorosamente o tratamento de doentes, são agora rotulados como divulgadores de notícias falsas. Além disso, Satoshi Omura, outro ganhador do Prêmio Nobel de Medicina, foi censurado por divulgar resultados de estudos revisados por pares sobre a ivermectina.

Os repetidos e coordenados ataques a esses profissionais brilhantes são uma demonstração clara do poderio econômico e das estratégias de marketing utilizadas pelo grupo dominante, que controla as redes sociais e manipula meias verdades de acordo com seus interesses. Infelizmente, a imprensa também tem se mantido em silêncio diante desses abusos.

Além disso, médicos que buscam as melhores evidências para seus pacientes estão enfrentando a incômoda tendência de burocratização da medicina. Influenciados pela OMS, CDC, FDA e outras entidades médicas locais que priorizam a narrativa mercadológica aceita pela maioria, esses profissionais continuam seguindo protocolos burocráticos e ineficazes, mas patenteados e lucrativos.

Tal proposta de protocolização da medicina foi reforçada num contexto político de interferência estatal, trazendo a oportunidade de achincalhar ainda mais aqueles que divergem dessas condutas. Porém, os mesmos que diziam que o tratamento precoce para COVID-19 não existia, agora orientam o uso do recém lançado paxlovid até o 3o dia conforme a bula do medicamento. Também são os mesmos que insistiram no nefrotóxico remdesivir, que maltratou os rins de muitos ricos. Pobres deles!

Destacamos os principais incidentes do período pandêmico em solo brasileiro para que sirvam de lição para eventos futuros. Talvez o evento mais simbólico e prejudicial desse período de desarmonia foi a CPI da pandemia. Essa CPI foi marcada por inúmeros ataques à autonomia médica. Citamos os fatos mais importantes: médicas maltratadas pelos senadores contrários ao tratamento da COVID-19 e o desprezo às informações trazidas por médicos infectologistas bem sucedidos com seus tratamentos. Um deles, posteriormente, recebeu busca e apreensão da Polícia Federal por uma pesquisa clínica com anti-androgênicospara COVID-19 mesmo ela estando devidamente aprovada pela CONEP.  

Por outro lado, os senadores adeptos do “fica em casa” ouviram atentamente uma bióloga que obviamente não detém experiência clínica e uma médica/cantora com pouquíssima experiência em COVID-19 ou qualquer outra enfermidade. Durante essa CPI, o senador Omar Aziz chegou a propor, pasmem, um projeto de lei que tornava crime a prescrição de medicamentos off-label. Posteriormente, ele retirou o PL e se retratou, de tão nonsense a ideia.

Ao longo da comissão parlamentar, foram várias as tentativas de calar os médicos hipocráticos. A própria associação Médicos Pela Vida foi alvo de investigação. E por determinação do STF, houve, inclusive, quebra de sigilo bancário. Paralelamente, iniciou-se uma inquisição aos empresários próximos de diversos ramos que defenderam e apoiaram a causa por puro altruísmo. Alguém pode imaginar conflitos de interesses com medicamentos genéricos, baratos e sem patentes? Pois é! Eles são muito criativos. 

E para fechar com chave de ouro, na chamada “CPI do circo”, médicos foram acusados de crimes inexistentes, como o crime de opinião sobre a pandemia. O mais ilustre, simplesmente o presidente do CFM em exercício na época, agora ex-presidente, Dr Mauro Ribeiro, que em uma entrevista reafirmou que a resolução 04/2020 seria mantida; resolução que permitia o uso off-label de hidroxicloroquina / cloroquina, desde em comum acordo entre médico e paciente. Essa possibilidade foi colocada em xeque por causa de uma pesquisa em Manaus feita com doses cavalares de cloroquina em doentes COVID-19 terminais. No estudo, aconteceu o óbvio: muitas mortes. 

Hoje, as evidências da hidroxlicloroquina já alcançaram o nível 1A. Já as terapias vacinais com tecnologias nunca antes empregadas na população, e aplicadas sem  consentimento informado, seguem sendo testadas massivamente, ignorando todos os tratados de imunologia. 

O principal conceito de imunologia jogado no lixo, é o de que “não se vacina em plena pandemia”, conceito relembrado por Dr. Luc Montagnier, que também alertou sobre a imunodeficiência cada vez maior após cada “booster”. E não é à toa que o Dr. Robert Malone, nada menos que o criador da tecnologia de vacinas usando RNA mensageiro, orientou que pais e mães não inoculem seus filhos. E o que era considerado “desinformação, hoje possui estudos consolidados: não vale a pena vacinar os jovens. O risco é maior que o benefício. É anti-ético.

A discussão sobre as medidas inócuas e fraudulentas dessa pandemia está muito bem apresentada em artigo escrito pelo médico norte-americano Joseph Mercola, mas tudo poderia ser resumido num único item: trate o seu paciente aos primeiros sinais e sintomas como sempre se fez e se faz em medicina. Simples assim.

E recentemente, o CFM decidiu emitir um parecer solicitando à Anvisa o fim da exigência de máscaras nos aeroportos. O que justifica o uso se até a Cochrane teve que admitir que não há evidências de eficácia? E para piorar o clima de desarmonia, a Anvisa decidiu ignorar o apelo do CFM alegando que utilizou as melhores evidências para exigir o uso de máscaras sem citar nenhuma feita com rigor.

A grande mídia, para variar, atacou o presidente do CFM e esqueceu que as pessoas dispensaram o adorno facial nas festas de carnaval.

Daqui, olhando o Senado americano (onde há debate sério), observamos parlamentares questionando duramente as medidas pandêmicas. Num momento de pura catarse, a deputada Nancy Mace questionou a censura no twitter: “onde a senhora estudou medicina?”, perguntou. Hoje, sob o comando do bilionário Elon Musk, o twitter reconduziu uma série de perfis de médicos e cientistas censurados à vida. Agora eles podem dizer seus pontos-de-vista fundamentados na ciência e na ética médica. 

Talvez o mais lamentável episódio de ataque à autonomia médica tenha ocorrido na Polinésia Francesa. Um médico foi arrastado até o presídio por prescrever vitamina D e ivermectina a um paciente. A medicina brasileira não pode chegar a esse nível de distopia.

Apesar dos pesares, a decisão do Juiz José Henrique Prescendo, da 22ª Vara Cível Federal de São Paulo, renovou a esperança dessa luta pela liberdade médica. Ele rejeitou uma ação da Defensoria Pública da União (DPU) para suspender a validade da resolução 04/2020, além de rejeitar todas as multas incabíveis para este conselho. “Autonomia é fundamental para que o médico possa ser responsabilizado por eventual erro grosseiro que cometa por inobservância da prática médica”, escreveu. Fato: se tirarem o poder de decisão dos médicos, a responsabilidade respingará no judiciário e nos políticos intrometidos.

É urgente que a comunidade médica promova o debate científico sobre o diagnóstico e tratamento dos pacientes sequelados pelas inoculações experimentais COVID-19, situação agravada pelo discurso único de uma imprensa hegemônica nacional com voz única, todos alinhados aos interesses dos mesmos suspeitos de sempre: as megaempresas farmacêuticas.

Enquanto por aqui fingem que a narrativa se sustenta, nos EUA, a grande mídia, como o Wall Street Journal, está chamando as vacinas bivalentes de “propaganda enganosa“. Quanto tempo mais vai demorar para que a grande mídia nacional publique sobre os achados dos artigos científicos publicados pelas revistas médicas e as estatísticas dos efeitos adversos disponíveis nos sites das agências sanitárias de todo o mundo?

Enquanto nós, do MPV aguardamos a imprensa nacional acordar, só nos resta aplaudirmos a decisão correta da justiça de S. Paulo.


 

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