Quando médicos dissidentes relatam o poder das grandes indústrias farmacêuticas, muitas pessoas acreditam se tratar de teorias de conspiração, afinal, sempre soa como exagero. Entretanto, a reportagem difamatória do Jornal O Estado de S. Paulo sobre nós: “Associação de médicos condenada por propaganda pró-cloroquina agora aposta em discurso antivacinas“, publicada dia 23 de julho, se torna um exemplo da onipresença e domínio da indústria farmacêutica, o que evidencia a corrupção sistêmica em toda a medicina e no jornalismo.

Além de mostrarmos as ligações de todos os envolvidos na reportagem com as grandes corporações do ramo, checamos as falsidades presentes na reportagem, a falta de ética jornalística e os métodos utilizados pelos jornalistas para que os leitores fossem distraídos do real debate.

Contexto: quem é o MPV?

O MPV – Médicos Pela Vida, é um grupo de médicos que resolveu estudar, desde o início da pandemia, as melhores evidências disponíveis para tratamento da COVID-19. Os primeiros medicamentos com estudos positivos foram a hidroxicloroquina, ivermectina, vitaminas e minerais, entre outros.

Com isso, obtivemos uma redução de mais de 90% de mortalidade. Nossos dados são irrefutáveis. Enquanto no Brasil tivemos, em média, um óbito a cada 53 infectados, entre os médicos que tratam COVID-19, houve um óbito a cada cerca de 600 pacientes. Muitos médicos, no mundo todo, tiveram resultados semelhantes seguindo os mesmos princípios.

Com esses resultados, desde o começo, nossa mensagem foi: a doença tem tratamento eficaz, principalmente na fase inicial da doença – daí a importância do diagnóstico precoce –  e, portanto, as vacinas experimentais eram desnecessárias. Havia tratamentos com medicamentos baratos, genéricos, sem patentes, seguros e eficazes para doenças com etiologia e fisiopatogenia semelhantes. Obviamente, isso incomodou os poderosos e um mercado de mais de US$ 1 trilhão de dólares pronto para ser explorado. Todos, no mundo todo, que transmitiam a mesma mensagem, passaram a ser atacados impiedosamente.

Antes da reportagem, o Estadão nos questionou

A repórter Fabiana Cambricoli, ao produzir a reportagem, nos enviou questionamentos. Nós respondemos de modo público no dia 29 de junho. A base principal de seu questionamento se tornaria o título da matéria no Estadão. Ela queria saber porque divulgamos conteúdos “contra as vacinas COVID-19”.

Nossa resposta foi óbvia. Afirmamos que não divulgamos conteúdos “contra as vacinas Covid-19”, mas sim que divulgamos estudos científicos, estatísticas e fatos sobre as vacinas COVID-19. E afirmamos que diante disso, caberia a cada leitor interpretar os dados e fatos.

Demos exemplos de fatos e estudos que publicamos:

  1. Na resposta, falamos do estudo da Cleveland Clinic, dos EUA, revisado por pares e publicado em periódico científico de prestígio. Este estudo mostrou eficácia negativa das vacinas. “Quanto maior o número de vacinas recebidas anteriormente, maior o risco de contrair COVID-19”, concluíram os cientistas no estudo. Baseado neste estudo, afirmamos, como instituição, que as vacinas COVID-19 representam o maior estelionato científico da história.
  2. Afirmamos que nossa conclusão não foi muito diferente da conclusão do Wall Street Journal, o segundo maior jornal dos EUA em circulação. O fato é: o jornal chamou as vacinas COVID-19 de “propaganda enganosa”. Nós traduzimos trechos do artigo no jornal.
  3. Noticiamos sobre um estudo publicado na BMJ – British Medical Journal, um dos periódicos mais antigos e respeitados do mundo. O estudo foi feito por pesos pesados da ciência, como o respeitado professor Vinay Prasad. Nosso título foi: “Passaporte vacinal para estudantes é antiético, diz BMJ”.
  4. Divulgamos o fato que a Suíça, desde abril deste ano, desistiu das vacinas COVID-19, não recomendado para mais ninguém. Obviamente, questionamos o próprio Estadão sobre o motivo deles não terem noticiado isso. Suíça não é uma republiqueta das bananas.
  5. Divulgamos o fato do ministro da saúde da Dinamarca, Soren Brostrom, ter feito um pedido formal de desculpas à população por ter recomendado vacinas para menores de 16 anos. 

São fatos e estudos rigorosos. As respostas aos questionamentos do Estadão podem ser lidas aqui: “Resposta pública ao Estadão“.

As conexões entre os ouvidos e a indústria farmacêutica

A seguir, apresentaremos uma lista completa dos interlocutores e entidades citadas na matéria do Estadão. São eles que endossam as críticas ao MPV.

SBIm

A reportagem ouviu Isabella Ballalai, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). No canal do Youtube da SBIm, podemos ver o logo da Pfizer. (Link para o vídeo: 5m24).

Em outro documento publicado no site da SBIm, eles informam que foram apoiados por GSK, MSD, Pfizer e Sanofi Pasteur.

Em outro website, de 2021, a SBIm agrega seu logotipo em uma campanha de comunicação da Pfizer. É a campanha “Crie mais proteção“.

Natália Pasternak

Outra pessoa ouvida pela reportagem é Natália Pasternak, personagem sempre presente nas reportagens de televisão. Ela é colunista de O Globo e presidente de um instituto fundado por ela mesma: o Instituto Questão de Ciência, onde seu marido é editor chefe.

Natália faz parte do Conselho Consultivo da gigante farmacêutica Janssen, produtora de vacinas contra a COVID-19. Ainda em fevereiro de 2022, a vacina da Janssen foi retirada do mercado em diversos países, como na França, conforme noticiado pelo site RFI, devido os riscos superarem os benefícios.

O “Instituto Questão de Ciência” afirma que tem como objetivo orientar políticas públicas no Brasil. Ao que consta, a informação que a França baniu a Janssen não foi divulgada nem pelo Instituto nem por Natália em sua coluna em O Globo, um dos maiores jornais do país. Deste modo, a Janssen continuou sendo oferecida pelas autoridades brasileiras.

Ou seja, no Brasil, os lucros da Janssen não foram ameaçados, mesmo sendo uma vacina que os riscos superam os benefícios para a maior parte da população.

Dr. Renato Kfouri

Além de ser vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Kfouri declara, em documento disponibilizado no site do Ministério da Saúde, vínculos com grandes corporações farmacêuticas. Na lista, entram fabricantes de vacinas como Pfizer, Astrazeneca e o Butantan.

Na mídia, Kfouri defendeu os passaportes sanitários, que serviu apenas para aumentar os lucros da big pharma com coerção da população para que todos tomassem os produtos.

Jornal O Estado de S. Paulo

A checagem de fatos do Estadão, usada pelas plataformas de mídia social como referência para censurar matérias, é patrocinada pela Johnson & Johnson, que fabrica as vacinas COVID-19 Janssen. Ou seja, a checagem de fatos sobre vacinas é patrocinada pela fabricante de vacinas.

International Center for Journalists (ICFJ)

No fim da matéria há a explicação de quem financiou a reportagem: “Esta reportagem foi produzida com o apoio do programa Disarming Disinformation, do International Center for Journalists (ICFJ), e financiada pelo Instituto Serrapilheira. O Disarming Disinformation é um esforço global de três anos com financiamento principal do Scripps Howard Fund“.

Conforme reportagem de 2021 na Businesswire, a Muck Rack, empresa de relações públicas, fez parceria com a International Center for Journalists (ICFJ). A Muck Rack possui, entre seus clientes, a Pfizer.

O objetivo das empresas de relações públicas é o de moldar a opinião pública conforme os desejos das corporações dominantes. A Muck Rack explica sua missão: “permite que as equipes de relações públicas trabalhem juntas para encontrar os jornalistas certos para suas histórias”.

As desinformações sobre vacinas publicadas

“Há uma discussão sobre um fenômeno do que seria uma tolerância imunológica, no qual muitas doses da vacina poderiam ter resposta menor do que a esperada, mas jamais foi demonstrado em nenhum estudo que isso aumenta o risco de infecção”, afirmou Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, para a reportagem.

Entretanto, isso foi, sim, demonstrado em um estudo robusto feito pela Cleveland Clinic, dos EUA. A Cleveland Clinic é considerada a segunda instituição hospitalar mais prestigiada do mundo pela Newsweek. “Quanto maior o número de vacinas recebidas anteriormente, maior o risco de contrair COVID-19”, concluíram os cientistas no estudo.

A Cleveland Clinic fez a pesquisa envolvendo mais de 50 mil funcionários. O controle de quem tomou as vacinas, quantas doses e se, posteriormente, teve infecções, foi rigoroso. Além disso, o estudo confirma estudos anteriores, como o da Islândia, que encontrou dados semelhantes.

Este estudo segue sem nenhuma crítica que o desqualifique. Portanto, Kfouri, ao afirmar isso ao jornal, gera duas opções:

  1. Ele é desqualificado e desatualizado sobre os últimos estudos científicos das vacinas e, portanto, não está qualificado para falar do assunto.
  2. Não é de interesse dele falar desse estudo devido aos seus conflitos de interesses demonstrados previamente neste texto.

Leia matéria completa sobre o estudo da Cleveland Clinic aqui: “Quanto mais doses você toma, maior sua chance de contrair COVID-19, revela estudo

As desinformações sobre eficácia de tratamentos COVID-19

A reportagem fala sobre o manifesto publicado pelo MPV: “Em 2021, chegou a publicar na imprensa informe publicitário defendendo a prescrição do chamado ‘kit covid’, conjunto de drogas que, segundo diversos estudos científicos internacionais e autoridades sanitárias, não têm eficácia contra a doença”.

Neste manifesto de 2021 elencamos diversos medicamentos, como hidroxicloroquina e ivermectina, entre outros. Vamos aos mais polêmicos:

Evidências sobre hidroxicloroquina

Hoje existem 402 estudos da hidroxicloroquina contra a COVID-19. Desses, 37 pertencem a uma condição específica: o tratamento precoce. Ou seja, o início das medicações com até 5 dias de sintomas. Entre esses 37 estudos em tratamento precoce, 16 medem mortalidade como desfecho. Mortalidade é algo que não dá para ter viés de interpretação. E todos os 16 estudos evidenciam redução da mortalidade. Todos. Por unanimidade.

Link para todos os estudos aqui.

Leia matéria completa no site do MPV aqui: “Quais são as evidências atuais da hidroxicloroquina contra a COVID-19?“.

Na conclusão desta matéria, escrevemos: “É impossível, diante dos dados científicos, dizer que hidroxicloroquina ‘não funciona’ contra a COVID-19. Conclusões assim só podem partir de pessoas que não entendem nada de ciência ou possuem interesses escusos”.

Evidências da ivermectina

Hoje existem 99 estudos sobre o uso da ivermectina contra a COVID-19. Desses, 17 são em duas condições específicas: profilaxia pré-exposição e profilaxia pós-exposição. E todos os 17 estudos de profilaxia, por unanimidade, são positivos.

Leia todos os estudos da ivermectina aqui.

Leia matéria no site do MPV sobre as evidências da ivermectina aqui: “COVID-19: estudo ‘padrão ouro’ comprova eficácia da ivermectina“.

“Autoridades sanitárias”

A matéria diz que “autoridades sanitárias” não recomendam os medicamentos. Para continuar a explicação de como a indústria farmacêutica domina todo o estabelecimento médico, trazemos os dados disponibilizados em uma reportagem investigativa publicada na BMJ – British Medical Journal, um dos mais prestigiados periódicos médicos do mundo, em 2022.

A reportagem traz números de quanto dos orçamentos desses órgãos são derivados das indústrias farmacêuticas. Eis os números:

  • Austrália (TGA): 96%
  • Europa (EMA): 89%
  • Reino Unido (MHRA) 86%
  • Japão (PMDA): 85%
  • EUA (FDA): 65%
  • Canadá (HC): 50,5%

O nome disso é captura regulatória. Essas agências funcionam como departamento de marketing das grandes indústrias farmacêuticas. Um resumo simples? Quem paga a banda escolhe a música.

Leia a matéria completa no site do MPV: “Artigo da BMJ questiona se órgãos reguladores foram comprados pela indústria farmacêutica

Distrações da reportagem

A matéria do Estadão não consegue atravessar as fronteiras do Brasil na hora de analisar o contexto geral, mesmo com a pandemia sendo no mundo todo. Devido a um determinado anunciante de um dos congressos MPV, a jornalista tenta vincular todo o MPV à movimentos de direita no espectro político. Deste modo, Cambricoli busca distrair o público do real debate. 

Entretanto, ao atravessar nossas fronteiras, o que o MPV defende também pertence a outro espectro: a esquerda. Afinal, hidroxicloroquina está no protocolo oficial de Cuba contra a COVID-19, desde a primeira versão. Ou seja, a mensagem do MPV sempre foi: Cuba está certa e os EUA, errados.

Resumo

  1. A reportagem ouviu a SBIm. A SBIm possui ligações com a big pharma.
  2. A reportagem ouviu Natália Pasternak. Ela possui ligações com a big pharma.
  3. Ouviram Kfouri. Kfouri possui ligações com fabricantes de vacinas.
  4. A reportagem foi publicada no Estadão. A checagem de fatos do Estadão sobre vacinas é patrocinada por fabricantes de vacinas.
  5. A reportagem é uma iniciativa da International Center for Journalists (ICFJ). A ICFJ possui parcerias com agências de relações públicas da big pharma.
  6. A reportagem apela para “autoridades sanitárias”. As autoridades sanitárias sofrem captura regulatória pela big pharma.
  7. A própria jornalista, Fabiana Cambricoli, especialista na área, ignorou o sólido e arrasador estudo da Cleveland Clinic, preferindo publicar desinformação de que “nenhum estudo” comprovou o que o estudo concluiu. Nenhum?
  8. Cambricoli tenta politizar para distrair o público.

Apenas a história se repetindo

O pior é saber que tudo que estamos passando é apenas uma repetição da história da AIDS. Havia tratamento eficaz desde o meio da década de 80, mas os médicos da linha de frente, mesmo com resultados incontestáveis, por contrariarem os interesses da big pharma, eram perseguidos. Centenas de milhares foram deixados à morte por lucro. Tudo isso foi bem retratado no filme “Clube de Compras Dallas”, vencedor de três estatuetas do Oscar. Mas ninguém aprende nada com a história.

Comentário MPV

A reportagem do Estadão é como a ponta de um iceberg. Além do próprio veículo, absolutamente todos os especialistas ouvidos na reportagem possuem ligações com a big pharma. Não sobrou um sequer. Isso não é jornalismo. É uma peça de propaganda das grandes indústrias farmacêuticas. Exatamente por isso precisaram fingir que os dados trazidos pela Cleveland Clinic não existem.

Percebam que não há qualquer reconhecimento pelo muito realizado e por tantas vidas salvas pelos médicos do tratamento precoce, nem há qualquer menção aos estudos científicos exitosos e independentes.

E para darmos a fotografia completa aos leitores, vamos a mais dados não explicitados na matéria: a big pharma possui o maior lobby do mundo. Eles dominam as revistas científicas. Eles dominam as pesquisas, dominam a academia e destroem as carreiras dos dissidentes. A big pharma domina as sociedades médicas. Nos EUA, a big pharma gasta mais com anúncios do que com pesquisa e desenvolvimento. E de todos os anúncios na TV dos EUA, a big pharma é responsável por 75% do total. Ou seja, eles compram a mídia. E além de tudo isso, a big pharma domina a big tech e censura quem ela achar que deve.

E toda questão é que ciência é a busca pela verdade, o que significa debate científico, exatamente o fundamento, o motor do progresso científico. Como debater quando nossos críticos centram ataques em nós e ignoram estudos sólidos? Os comitês políticos-científicos e a grande mídia vão aceitar o debate científico honesto ou vão continuar a intimidar, difamar, caluniar os médicos e cientistas que fazem ciência?

De qualquer modo, mesmo considerando o amplo espectro de influência das indústrias, um fato desmonta qualquer narrativa: os resultados. Os números apresentados por médicos da linha de frente (do MPV e organizações similares de todo o mundo) continuam incontestáveis e irrefutáveis.

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